Dois meios-irmãos que tiveram diferentes vidas e relações com o pai, ficam em lados opostos após a morte do progenitor e se veem lutando um contra o outro que pode gerar consequências trágicas.

A trama do filme O Rei das Sombras, coprodução entre França e Estados Unidos que estreou nesta sexta-feira (17) no catálogo da Netflix, pode dar a entender que estaremos diante de uma obra extremamente violenta e afundada em dramas sociais. Infelizmente não acontece nada disso.

Leia também:

‘O Som do Caos’ faz um interessante passeio entre gêneros

‘Shazam! Fúria dos Deuses’ é ótima aventura para divertir toda a família

‘Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan’ | Novo trailer e cartazes destacam os personagens

Questões culturais e étnicas

Adama (Alassane Diong) e Ibrahim (Kaaris) são duas pessoas completamente distintas. Enquanto o primeiro é uma vítima de acidente de trânsito que o levou à cegueira, o segundo se tornou um traficante de drogas.

Filhos do mesmo pai, as mães no entanto, têm origens diferentes. A de Adama é da África, e a de Ibrahim é francesa. Por conta disso, o longa aborda questões culturais e étnicas interessantes que poderiam – e deveriam – ser mais aprofundadas. Afinal, a França é um dos países que mais abriga refugiados da África e debates sobre o tema surgem a cada dia, seja de gente que defende a entrada de imigrantes, seja de fascistas da extrema-direita que se posicionam contra.

Entretanto, o longa-metragem dirigido por Marc Fouchard aponta para um lado mais espiritual, mexendo com temas como macumba e bruxaria, por exemplo. Até aí, tudo bem. Seria interessante conhecermos mais sobre religiões de matriz africana, mas o filme se perde ao começar a pender para um lado mais miraculoso e torna o protagonista bonzinho em um verdadeiro justiceiro sem a menor cerimônia.

Mais problemas

Se esses fossem os únicos problemas de O Rei das Sombras, ainda estaria de bom tamanho. Mas o filme carrega muito mais falhas. Protagonistas que não cativam, fora personagens que aparecem, somem e reaparecem do nada, sem qualquer sentido para o subtexto da trama, e uma montagem completamente dilacerante, utilizando, inclusive, de transições datadas, que mais parecem de um cineasta amador.

Então a dica é fugir de O Rei das Sombras. Até porque, como a mudança radical do protagonista só acontece mais para o fim – e basicamente nada ocorre depois disso e a alcunha do título não faça sentido algum -, corremos o risco de uma possível sequência caso o longa-metragem faça sucesso na plataforma. Portanto faça um favor para este crítico: deixa essa passar, vai?

Onde assistir ao filme O Rei das Sombras?

A saber, O Rei das Sombras estreou nesta sexta-feira, 17 de março de 2023, no catálogo da Netflix.

Aliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:

https://app.orelo.cc/uA26

https://spoti.fi/3t8giu7

Trailer do filme O Rei das Sombras, da Netflix

https://www.youtube.com/watch?v=Tvpd9deRMes

O Rei das Sombras: elenco do filme da Netflix

Kaaris

Alassane Diong

Assa Sylla

Ficha Técnica do filme O Rei das Sombras (Netflix)

Título original do filme: Le Roi des Ombres

Direção: Marc Fouchard

Roteiro: Marc Fouchard

Duração: 89 minutos

Gênero: drama, suspense, policial

País: França, Estados Unidos

Ano: 2023

Classificação: 16 anos