Cia. Hibrida, do Rio de Janeiro, abre a Mostra

Entre os dias 23 e 30 de novembro, o complexo Cultural da Funarte São Paulo será invadido por 18 companhias, coletivos e artistas independentes – oito nacionais, de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Bahia, e dez vindos da Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Venezuela –, para a realização de mais uma “Dança à Deriva – Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea”, que chega a sua terceira edição. Composta de apresentações cênicas, videodança, intervenções urbanas, workshops, conversas e fóruns de debates, a programação é pensada e estruturada no sentido de favorecer espaços de compartilhamento, discussão e formação e, ainda, oferecer ao público uma amostra representativa da diversidade da produção em dança no âmbito local, regional, nacional e para além dos limites de nossas fronteiras.

Por seu jeito próprio de pensar e promover as artes cênicas, que se caracteriza pela confluência de ações colaborativas, promovendo interação e diálogo entre poéticas e estéticas distintas, a Mostra acaba por arrebanhar e potencializar coletivos que buscam realizar seus projetos numa perspectiva mais horizontal de parcerias e estratégias de criação e produção. “Por outro lado, também abre um caminho para as produções nacionais circularem por outros países deste continente diverso e multifacetado”, pondera Solange Borelli, diretora geral da Dança à Deriva.

Uma vez que não se trata apenas de produzir um evento de dança, mas principalmente, estabelecer relações que resultem numa integração maior entre os países da América Latina, a Mostra vem favorecendo novos fluxos e rotas de intercâmbio ao propiciar parcerias com Ministérios, Secretarias, Embaixadas e institutos culturais, universidades, redes e plataformas internacionais de dança. “Estas participações permitem interagir com novos e diferentes potenciais públicos, bem como criar sinergias com distintos parceiros, agentes e redes de cooperação; entendemos que a participação institucional, de âmbito nacional e internacional, em projetos desse porte é uma iniciativa que precisa ser incentivada continuamente”, afirma Borelli.

A abertura oficial acontece no dia 23/11, segunda-feira, às 20h30, na Sala Renée Gumiel, com “Olho nu”, da companhia carioca Híbrida, dirigida por Renato Cruz, que tem como ignição para a criação estudos sobre o hip hop e a fragilidade e, como desejo, desnudar o dançarino de rua, revelando as fragilidades deste corpo como potencial criativo.

A programação se estende até 30/11, no período da manhã (das 10h30 às 13h30), com workshops diários e um laboratório coreográfico desenvolvido, ao longo da mostra, pelo coletivo colombiano Carretel Danza; à tarde (15h30 às 17h30), acontece o “Conversatório”, um espaço coletivo de compartilhamento e conversas sobre as obras apresentadas no dia anterior; e à noite (das 19h às 21h), apresentações cênicas distribuídas pela Galeria Flávio de Carvalho, Salas Renée Gumiel, Guiomar Novaes e áreas externas de convivência da Funarte.

Dança à Deriva propõe ainda a realização, no domingo (29/11), a partir das 15h30, do 3º Fórum ‘Dança e Sustentabilidade’, com mesas de discussão sobre o tema “Dança: Estratégias de Sobrevivência’, compostas por representantes de cada coletivo para apresentar os modos de ser, existir e fazer dança em seus países.

::: Oito Dias de Dança

No segundo dia da Mostra (24/11, terça-feira), a programação traz, às 19h, “Relações Possíveis”, intervenção externa do Grupo Fragmento Urbano (SP), que busca estabelecer relações tendo a vestimenta como primeiro estímulo. Com humor ácido e sarcástico, o boliviano Proyecto Border converte o ato de escrever em coreografia como forma de questionar a escrita coreográfica em “Escribiendo” (20h).  Em seguida, na Sala Renée Gumiel, a Cia Sansacroma (SP), dirigida por Gal Martins, apresenta “Sociedade dos Improdutivos”, resultado de dois anos de pesquisa sobre a loucura, cujo questionamento central contrapõe o corpo que é socialmente invalidado ao corpo socialmente produtivo.

Com “Oscilaciones”, em que o duo de bailarinos Tiago Rama e Sofía Lans tenta traduzir no corpo os vários sentidos da palavra “oscilação”, o Grupo Íntimo (Uruguai) inaugura, às 19h, as apresentações de quarta-feira (25/11), seguido por “Acúmulo de desejos” (19h), da soteropolitana Jorge Silva Cia de Dança, que fala da mulher que não se deixa sucumbir, mesmo quando impera o desrespeito a sua condição humana. O Proyecto Border (Bolívia) volta ao palco com outro elenco e trabalho: “Infancia sin fin” (20h30), que reúne a atriz e dramaturga Pilar Núñez, a artista plástica Avril Filomeno e a bailarina e coreógrafa Elena Filomeno, para  refletir sobre o lugar da incapacidade em nosso mundo de seres “normais e perfeitos”.

Na quinta (26/11), a programação reúne a amazonense Cia de Intérpretes Independentes (19h), com “A vida começa pela memória”, que se utiliza da estética proposta pela obra do fotógrafo tcheco Jan Saudek, para abordar a relação que o homem estabelece com sua memória; a boliviana Vidanza, com “Tunupa, el mito”, livre interpretação para a versão feminina de  Tonopa,  divindade masculina da mitologia pré-Inca (20h); e, às 21h, a companhia paulista Com-Tato, com o solo “Dogmado”, coreografia e interpretação de Vinicius Francês, que se dá no encontro entre os silêncios e os seus diálogos com o espaço.

A Compañia 2600, da Colômbia, apresenta “Deriva”, que aponta para a suspensão do tempo em um espaço íntimo, na sexta (27/11), às 19h. Depois dela, entra em cena a Tercer Espacio Colectivo Artístico, do Paraguai, com “Mombe’u gua’u”, investigação corporal com base em elementos do teatro físico e da dança, sobre a mitologia Guarani. Encerra a programação da noite, a também paraguaia Natalia Fuster Cascio com o solo “FIB – Feliciad Íntima Bruta”, baseado no conceito criado pelo Butão – conhecido como o país da felicidade –, que considera a felicidade como indicador pra medir a qualidade de vida de uma sociedade.

O sábado reserva três trabalhos de fora: da Argentina, o Grupo Alma – Companhia Danza Integradora interpreta, às 19h, “Quién es Quién?” em corpos que se fundem, afetam, são afetados e se transformam em contato com o outro. Às 20h, a artista independente Ana Chin-A-Loy, da Venezuela, traz “Crisálida”, improvisação acompanhada por um músico ao vivo, que associa características animais a aspectos psicológicos dos indivíduos. Embasada pelo estudo sobre a dinâmica do movimento nas danças urbanas, a Dinamov Danza, da Colômbia, apresenta “Diplopia”, resultado artístico da pesquisa sobre a energia do vácuo, de origem puramente quântica, que se acumula no espaço vazio após oscilações nulas (21h).

No domingo, a programação começa mais cedo: às 15h30 acontece o 3º Fórum ‘ Dança e Sustentabilidade’, na Sala Guiomar Novaes, com o tema ‘Dança: Estratégias de Sobrevivência’, onde artistas representantes de cada coletivo apresentam e discutem modos de ser, existir e fazer dança em seus países. Às 17h, Ivani Santana (Bahia) exibe a video-instalação “Memórias de Uma Memória”, uma das obras do projeto artístico Gretas do Tempo, especialmente criado para o Balé Teatro Castro Alves, de Salvador (BA), que traz a cidade como memórias do corpo no conjunto de seis videodanças criados com áudio binaural; e às 20h, o Colectivo Carretel Danza, da Colômbia, reproduz, na Sala Renée Gumiel, o ambiente de uma empresa, para falar das pequenas e dissimuladas agressões cotidianas em “W.T Factory Ltda”.

No último dia, após a apresentação do resultado cênico do laboratório coreográfico ministrado pelo coletivo colombiano Carretel Danza (19h), a Cia. de Dança Siameses, dirigida por Maurício de Oliveira, que inaugurou a Mostra do ano passado, encerra a deste ano, com “D.G.LO Vol. II”, trabalho que lança um sensível olhar sobre a passagem do tempo e a nossa incompreensão do processo de envelhecimento.

::: Confira a programação completa abaixo

>> 23/11 – segunda-feira

20h30 – Abertura

Olho Nu (2014) – Cia. Híbrida (Rio de Janeiro/RJ)

Última parte da trilogia que discute Hip Hop e fragilidade, o mais recente trabalho da Cia Híbrida, ao contrário de um fechamento, reflete sobre quais questões já foram esgotadas e quais necessitam, ainda, de continuidade dentro do processo. Com o desejo de desnudar o dançarino de rua, revelando as fragilidades deste corpo potente e o potencial criativo por trás destas fragilidades, “Corpo nu” tem, na busca por formas de composição que extrapolem o lugar comum da técnica e na reflexão sobre este corpo que se atém no papel de entreter e, ao mesmo tempo, oferecer uma percepção mais ampla do universo Hip Hop, sua força motriz. Direção geral e concepção: Renato Cruz | Assistente de direção e preparação corporal: Aline Teixeira | Intérpretes criadores: Jefte Francisco, Raphael Lima (Russo), Luciana Monnerat, Luciano Mendes (Duly Omega), Daniel Oliveira, Fábio de Andrade (Fábio Max), Marjory Lope, Mailson Morais, Kapu Araujo | Iluminação: Renato Machado | Cenografia: Doris Rollemberg | Duração: 50min | Classificação: livre

 >> 24/11 – terça-feira

19h – Área Externa

Relações Possíveis (2015) – Fragmento Urbano (São Paulo-Brasil) 

Espetáculo solo de intervenção urbana, “Relações Possíveis” se propõe a estabelecer relações partindo da vestimenta como primeiro estímulo. A partir deste signo, quais são as relações possíveis de serem criadas? Dando Continuidade ao campo de ação do grupo que toma a rua como paisagem dramatúrgica, o trabalho traz uma pesquisa de composição com a cidade e com movimentações que transitam entre as Danças Urbanas e as Danças Brasileiras. Parte do projeto “Fragmento na Mala”, estreou em Recife (PE), em agosto de 2014, e este ano foi apresentado em Maputo, Moçambique, em parceria com o artista Mitó, no projeto “Avizinhações”, do grupo EHPALA (Etnografia e História das Práticas Artísticas e Línguas das Áfricas). Concepção, interpretação e dramaturgia: Douglas Iesus | Direção Geral: Anelise Mayumi |Duração: 45min Classificação: Livre https://vimeo.com/135209867

20h – Sala Guiomar Novaes

Escribiendo (2015) – Proyecto Border (Bolívia)

Técnicas de encenação teatral são o dispositivo que aciona o movimento do corpo nesta comédia que converte o ato de escrever em coreografia. Com humor ácido e sarcástico, “Escribiendo” afronta e questiona a escrita coreográfica e a dança contemporânea, por meio da imagem-ação de um escritor que, estando em frente ao seu computador, pensa, escreve, apaga repetidamente. Criação e Interpretação: María Elena Filomeno e Juan Carlos Arévalo |Texto:  Juan Carlos Arévalo. Coreografia: María Elena Filomeno. Duração: 30min Classificação: livre  

21h – Sala Renée Gumiel

Sociedade dos Improdutivos (2015) – Cia. Sansacroma (São Paulo/Brasil)

Sociedade dos Improdutivos é o resultado de dois anos de pesquisa sobre a loucura. O questionamento central contrapõe o corpo que é socialmente invalidado ao corpo socialmente produtivo. O primeiro é marginal, portador de algum tipo de loucura. O segundo é medicado, incluído e sujeitado ao modo de vida capitalístico – corpo explorado até o esgotamento das suas capacidades produtivas. Direção e Concepção: Gal Martins | Intérpretes Criadores: Djalma Moura, Verônica Santos, Ciça Coutinho, Lucas Lopes, Érico Santos e Mônica Teodosio |Orientador de Pesquisa e Provocação Cênica: Rodrigo Reis | Direção Musical: Cláudio Miranda | Músicos: Claudio Miranda, Alessandro Neres, Luís Henrique, Paulinho Torres e Fábio Miranda | Figurinos e Adereços: Mariana Farcetta | Concepção e Operação de Luz: Almir Rosa | Cenotécnico e Técnico de Áudio: Fábio Miranda. Duração: 50 min | Classificação: 14 anos.

 >> 25/11 – quarta-feira

19h – Galeria Flávio Carvalho

Oscilaciones (2015) – Grupo Íntimo (Uruguai)  

Em “Oscilaciones”, os bailarinos Tiago Rama e Sofía Lans tentam traduzir no corpo a palavra “oscilação” em seus variados sentidos: a mobilidade dos sons e espaços do corpo, a alternância entre o que se vê, se pensa e o que é construído, a instabilidade das emoções, a incerteza nas decisões e as mudanças de expectativas. Do cruzamento de corpos que oscilam, se manifesta o encontro, que vive da entrega e envolvimento no corpo um do outro. O público, com seu corpo, delimita a cena e, nesta proximidade, é convidado a fazer parte do encontro, a oscilar junto. Criação e interpretação: Tiago Rama e Sofía Lans | Conceito sonoro:Tiago Rama, Sofía Lans e Camila Romero | Iluminação: Malandro (Lucía Perez) | Duração: 45min Classificação: livre Link: http://youtu.be/U9OXCqVHUmc

20h – Sala Renée Gumiel

Acúmulo de desejos (2002) – Jorge Silva Cia de Dança (Bahia/Brasil)

“Acúmulo de desejos”, coreografia do bailarino e coreógrafo Jorge Silva, representa a força destemida das mulheres no caminho que elas percorrem para alcançar seus sonhos. Fala da mulher que não se deixa sucumbir, mesmo nas horas mais difíceis, quando impera o desrespeito a sua condição humana; dos valores importantes na nossa sociedade, geralmente transmitidos pela mulher. Em sua essência, “Acúmulo de desejos” é uma história de superação, na medida em que aborda a luta injusta do dia a dia em uma sociedade excludente e a lembrança de cada pequena vitória conquistada com astúcia diante de toda adversidade. Direção: Jorge  Silva | Assistentes: Bárbara Barbará e Cristian Rebouças |Intérpretes: Adriele Tailane, Aline Moreira, Andreza Bastos, Bárbara Barbará, Cristian Rebouças, Joely Silva, Marcos Cerqueira, Raynara Sanches, Marcela Brasil, Jorge  Silva | Iluminação: Pablo de Paula | Sonoplastia: Gilvan Carvalho. Duração: 20min.  Classificação: livre. Link: https://www.youtube.com/watch?v=iKR6Raa8khA&feature=youtu.be

21h – Sala Guiomar Novaes

Infancia sin fin (2012) – Proyecto Border (Bolívia)

Projeto coreográfico interdisciplinar desenvolvido em Lima (Peru) e La Paz (Bolívia) reunindo a atriz e dramaturga Pilar Núñez, a artista plástica Avril Filomeno e a bailarina e coreógrafa Elena Filomeno, “Infancia sin Fin” reflete sobre a incapacidade, sempre vista como uma anormalidade que não se encaixa em nosso mundo de seres “normais e perfeitos”. O que acontece, então, quando olhamos para nós mesmos e nossa suposta perfeição se encontra com esse eu deficiente? “Infancia sin fin” provoca esse jogo constante entre como nos reconhecemos e somos reconhecidos. Interpretação e Coreografia: María Elena Filomeno | Direção Artística e Dramaturgia: Pilar Núñez | Direção de arte: Avril Filomeno | Desenho de Luz: Juan Carlos Arévalo. Duração: 30min Classificação: livre. Link: https://vimeo.com /71781370

>> 26/11 – quinta-feira

19h – Sala Guiomar Novaes

A vida começa pela memória (2014) – Cia de Intérpretes Independentes (Amazonas-Brasil)

“A vida começa pela memória” se utiliza da estética proposta pela obra do fotógrafo tcheco Jan Saudek, que retrata conhecidos e familiares em situações fantásticas, para abordar a relação que o homem estabelece com a memória durante sua existência. Contemplado com dois Prêmios Funarte de Dança Klauss Vianna, o trabalho, concebido para dois intérpretes, já circulou por cidades das cinco regiões brasileiras e, a convite, foi apresentado na Itália. Encenação e Texto de Movimento: Ricardo Risuenho | Elenco: Anna Raphaella Costa e Ricardo Risuenho | Cenografia: Nelson Magli e Ricardo Risuenho | Figurino: Luís Ferreira | Trilha Sonora: Hugo Pinheiro e Yann Thirsen. Duração: 40min | Classificação: livre.

20h – Sala Renée Gumiel

Tunupa – el Mito – Vidanza (Bolívia)

Em livre interpretação, o mais recente trabalho da companhia boliviana Vidanza transita entre a versão do mito Tonopa, divindade masculina da mitologia pré-Inca, associada ao raio e ao trovão, no ambiente sagrado do Lago Titicaca, onde habitam sereias, sapos e serpentes, e a versão feminina Tunupa, associada à produtividade, ao fogo e antropomorfizada em vulcão às margens de Salar de Uyuni, cujo leite é vertido para dar vida  e nutrir o seu povo. “Tunupa – el mito” articula a dança contemporânea com as danças tradicionais e as vozes que habitam o imaginário. Direção Artística, coreografia e dramaturgia: Sylvia Fernández | Elenco: Juan Carlos Arévalo, María Elena Filomeno, Camila Bilbao la Vieja, Javier Condori, Ronny Rojas, Amilcar Choque, Andrea Tudela | Trilha sonora original: Álvaro Montenegro | Composição e interpretação do cantos Aymaras: Elvira Espejo | Imagens de vídeo: Antonio Suárez. Duração: 60min Classificação: livre

21h – Galeria Flavio de Carvalho

“Dogmado” (2014) – Cia Com-Tato (SP –  Brasil)

Com coreografia e interpretação de Vinicius Francês, “Dogmado” acontece no encontro entre os silêncios e os seus diálogos com o espaço. É um canto de si. É o só, um não-sabemos-onde … quando os silêncios parecem preces. Direção, coreografia e interpretação: Vinicius Francês | Artista fotográfica /provocadora: Juliana Merengue | Figurino:  Santa Morales Herval da Silva | Concepção Cenográfica: A Casa Arte e Cultura | Fotografia: Jorge Etecheber. Duração: 40min Classificação: livre

>> 27/11 – sexta-feira

19h – Sala Guiomar Novaes

Deriva – Desviarse de algún rumbo (2010) – Compañia 2600 (Colômbia)

“Deriva – Desviarse de algún rumbo” aponta para a suspensão do tempo em um espaço íntimo, por meio da repetição, acumulação e variação de movimentos e ritmos. Concebido em 2010, o solo de Alejandra Cuéllar Hilarión participou de vários Festivais na Colombia, no Chile e Caribe. Intérprete criadora independente desde 2005, desenvolve continuamente seu trabalho de investigação criativa individual e coletivamente com outros grupos de Bogotá, em especial, a Compañía Tercer Piso Danza, da qual é integrante e co-fundadora. Direção e coreografia: Alejandra Cuéllar Hilarión | Intérprete criadora: Mila Chavez | Música original: Manuel Naranjo | Desenho de luz: Alejandra Cuéllar Hilarión | Figurino: Mila Chavez. Duração: 45min Classificação: livre. Link: https://www.youtube.com/watch?v=GkfBxU_cV8k

20h – Sala Renée Gumiel

Mombe’u gua’u – mito (2015) – Tercer Espacio Colectivo Artístico (Assunção-Paraguai)

Com textos em espanhol e guarani (idioma nativo do Paraguai), “Mombe’u gua’u” é uma investigação corporal com base em elementos do teatro físico e da dança, sobre a mitologia Guarani, que paira no imaginário coletivo do povo paraguaio. Pontes entre o mundo sensível e o mundo das idéias, os mitos, embora irreais, traduzem a verdade em linguagem simbólica, trazem à mente o inacessível, o invisível que torna-se perceptível. Concepção e direção: Hilario Godoy | Intérpretes: Jazmín Derbas, Carlos Díaz, Hilario Godoy, Gloria Morel, Néstor Pereira, Hugo Rojas | Cenografía: Néstor Pereira | Figurino: Fundación Pro Ballet – Roland Rasmussen | Desenho de luz: César Ruíz Díaz. Duração: 40min Classificação: livre. Link: https://www.youtube.com/watch?v=-qauNU0jVv0

21h – Sala Guiomar Novaes

FIB – Felicidad Intima Bruta (2015) – Natalia Fuster Cascio (Paraguai)

Solo em dança-teatro dirigido e interpretado por Natalia Fuster Cascio, FIB – Felicidad Intima Bruta” se baseia no conceito criado pelo Butão – um lugar de gente simples, localizado nas Cordilheiras do Himalaia e considerado o país da felicidade –, que considera a felicidade como indicador para medir qualidade de vida e desenvolvimento social de uma sociedade. O trabalho surge da necessidade de cruzar arte com as vivências que cada ser humano pode experimentar, de maneira que o leve a resgatar e regenerar sua felicidade essencial. Nathalia Fuster Cascio é integrante da Otrapiel Cia de Danza. Coreografia e interpretação: Nathalia Fuster Cascio | Desenho de luz: Santiago Schearer | Treinamento vocal: Pacita Diez Pérez. Duração: 40min Classificação: livre. Link: https://www.youtube.com/watch?v=EG-UAu1dKTg

>> 28/11 – sábado

19h – Sala Renée Gumiel

Quién es Quién? (2015) – Grupo Alma, Companhia Danza Integradora (Argentina)

“Somos o que fazemos para mudar o que somos”, diz Eduardo Galeano, escritor uruguaio que morreu em maio último. Isso significa dizer que carregamos dentro de nós corpos estranhos que nos habitam. Em “Quién es quién?” os corpos se fundem, afetam e são afetados em contato com o outro a cada momento, e neste jogo constante, transformam-se. Há no outro algo de mim no qual me reconheçoIdeia Original, Direção artística: Susana González Gonz | Coreografia: Susana González Gonz e Cecilia Zenobi | Bailarinos: Aixa Di Salvo, Josefina Reyes, Luciana Galván, Majo Benitez Coll, Matías Ramírez Daniel Catebra | Composição Original: Claudio Turica. Duração: 45min Classificação: livre. Link: www.danzaintegradora.com.ar; Trailer: https://youtu.be/MpwKnJvafh4

20h – Galeria Flavio de Carvalho

Crisálida (2014) – Ana Chin-A-Loy (Venezuela)

“Crisálida” se inpira nos processos femininos e de transformação dos seres humanos. Da mesma forma que Kor é transformada em Perséfone, diferentes forças e estados habitam o misterioso universo feminino dando vazão a manifestações aparentemente contraditórias que escondem, simultaneamente, delicadeza e terror. Em cena, a bailarina Ana Chin-A-Loy e o grupo de músicos, que a acompanham ao vivo, exploram as transformações das características animais em aspectos psicológicos do indivíduo. A crisálida é também um ventre-casulo, em que o mistério está se formando. Composição e material corporal: Ana Chin-A-Loy | Música ao vivo: María Elisa Al Cheikh e  Andrea Ludovic | Direção técnica: Felipe Alvarado | Figurino: Ana Chin-A-Loy. Duração: 40min Classificação: livre. Link: https://www.youtube.com/watch?v=EK4e84BNJLA

21h – Galeria Flavio de Carvalho

Diplopia (2015) – Dinamov Danza – (Colômbia)

Embasada pelo estudo sobre a dinâmica do movimento nas danças urbanas, “Diplopia” investiga a energia do vácuo – ou energia escura –, de origem puramente quântica, que se acumula no espaço vazio após oscilações nulas. Secretamente, reserva omissão, mistério, afasia, contenção, silêncio e inquietação. Entre corpos que se cruzam e extraem o que contém um do outro, surgem imagens-memórias particulares, que tornam-se contágio coletivo gerando um espaço de conflito que reverbera no espaço. Criação coletiva: Dinamov Danza | Direção Geral: Ingrid Londoño Pérez | Bailarinos-criadores: Mabel Esther Rivas Dipre, Elkin Holman Castro Mesa, Carolina Bonilla Ordoñez, Lucy Laury Cobaleda Acosta, Alejandra Escarraga Villalba, Jenny Marcela Pescador Vela, Giovanna Yate Gonzales, Stephanie Sastoque Patiño | Edição musical e criação sonora: Giovanna Yate González | Diretor Técnico: Carlos Andrés Hurtado Niño. Duração: 40min Classificação: Livre. Link: https://youtu.be/Ot6 mLc63uQ8;

>> 29/11 – domingo

17h – Sala Guiomar Novaes

Memórias de uma Memória – Ivani Santana (BA-Brasil)

Vídeo-instalação, conversa sobre o processo criativo e lançamento de Edição Comemorativa da Revista Eletrônica MAPA D2 – Mapa e Programa de Artes em Dança (e performance) Digital. Parte do projeto Gretas do Tempo, criado por Ivani Santana e Sandro Canavezzi  para o Balé Teatro Castro Alves (Salvador/BA), que tem a memória como metáfora para explorar as noções de presença e temporalidade, reconfiguradas no mundo contemporâneo pela cultura digital, a videoinstalação  “Memórias de uma Memória” busca uma sinergia entre os traços e reflexões das memórias dos bailarinos  com as marcas e cicatrizes da cidade. Num conjunto de seis vídeodanças, o Pelourinho, o quebra-mar da Marinha, o Forte São Marcelo, o subsolo do Mercado Modelo, os jardins do Palácio Rio Branco, o mar e a Praça da Sé tornaram-se cenários dessas memórias do corpoO corpo-sonoro de cada bailarino constrói a trilha criada com gravação binaural,que simula a referência espacial da escuta humana. www.gretasdotempo.com.br 

20hSala Guiomar Novaes

W.T Factory Ltda (2015)  – Colectivo Carretel Danza (Colômbia)

 Um ambiente compartilhado dentro de uma empresa, com seus cubículos fechados, sala de reuniões eventuais e um grande relógio que delimita o tempo, serve de pretexto para o Colectivo Carretel Danza falar das pequenas e dissimuladas agressões cotidianas. Em “W.T Factory Ltda”, os bailarinos fazem um minucioso estudo das linguagens do corpo e suas qualidades de movimento em ações como ignorar, estorvar, excluir, menosprezar, burlar, rechaçar, de modo a revelar como o corpo vivencia e assimila essas micro-violências. Criação: Colectivo Carretel Danza | Organização artística: Nelson Martínez, Mateo Mejía Mejía | Bailarinos: Ingrid Londoño, Ricardo Villota, Nelson Martínez, Laura Barragán, Cesar Augusto García, Diego Fetecua, Natalia Gómez, Marie Giquel, Camila Chávez | Músico- criador: Mateo Mejía Mejía | Figurino: Camila Chávez |Duração: 50min Classificação: livre. Link: https://vimeo.com/88538488

>> 30/11 – segunda-feira

19hGaleria Flavio de Carvalho

Resultado Cênico do laboratório coreográfico realizado por Cesar Garcia e Nelson Martinez – Colectivo Carretel Danza (Colômbia)

20h – Sala Renée Gumiel

D.G.Lo – Vol.II (2015) – Cia. de Dança Siameses

“Degelo” lança um olhar sobre a passagem do tempo e a nossa incompreensão do processo de envelhecimento. Envelhecer pode ser desintegrar, mas também pode fazer o nosso tempo cronológico dialogar com o tempo cósmico, e entrar em contato com uma outra fonte de energia que estabelece uma nova dimensão para o afeto humano. Ao se lançar em espirais no tecido do espaço/tempo, o intérprete vai modulando sua própria escrita desenhada de dentro para fora. Direção e Coreografia: Mauricio de Oliveira | Intérpretes: Ivan Bernardelli, Marina Salgado ou Liliane de Grammont, Vinicius Francês | Figurino: Daíse Neves | Trilha Sonora: Gilberto Assis| Designer de Luz: Aline Santini | Cenotécnico: Antonio Oliveira. Duração: 40 min | Classificação: Livre.

::: LABORATÓRIOS E WORKSHOPS

As Inscrições para todos os Workshops (exceto para o LABORATÓRIO COREOGRÁFICO, que devem ser feitas antecipadamente pelo e-mail dancaaderiva2015@radarcultural.com.br) devem ser feitas no local, 30 minutos antes. Limite de Inscrições por Workshop: 25 pessoas. Gratuito.

>> 23/11das 16h às 17h30

Iniciação às Danças Urbanas  – Renato Cruz – Cia. Híbrida (RJ)

com exercícios de aquecimento e alongamento, sequências técnicas e jogos pensados dentro de uma metodologia que visa o desenvolvimento progressivo e uma participação mais ativa do estudante nos processos de pesquisa do movimento. Público Alvo: artistas, estudantes de dança e interessados em geral. Número de Vagas: 25. Carga horária: 1h30 Faixa etária:  a partir de 10 anos

>> 24 a 30/11 – 10h30 às 13h30

Laboratório coreográfico – Cesar Garcia e Nelson Martinez – Colectivo Carretel (Colômbia)

Trabalho de criação e composição coreográfica, a ser desenvolvido durante toda a Mostra, que parte dos princípios da Dança Contemporânea, Improvisação e Contato. No encerramento, serão apresentados os resultados cênicos. Inscrições antecipadas pelo e-mail dancaaderiva2015@radarcultural.com.br(Assunto: Laboratório Coreográfico). Público Alvo: bailarinos, coreógrafos e professores de dança. Número de Vagas: 25. Carga horária: 18h

>> 24 e 27/11 – 10h30 às 13h30

Técnica MMS – Ricardo Risuenho – Cia de Intérpretes Independentes (AM-Brasil).

Proposta que treinamento para dança que visa trabalhar capacidades corporais para a cena a partir da biomecânica dos membros superiores. Público Alvo: bailarinos, coreógrafos e professores de dança. Carga horária total: 6h. Número de Vagas: 25.

>> 25 e 27/11 – 10h30 as 12h30

Balé ClássicoValéria Mattos (São Paulo – Brasil)

Trabalho que visa proporcionar autoconhecimento técnico e emocional do intérprete, seja ele clássico ou contemporâneo, onde serão desenvolvidos percepção da fisicalidade, organização do corpo, uso adequado das musculaturas, habilidades musicais e trajetória do movimento no espaço dentro do sequenciamento do repertório de uma aula de balé. Público-alvo: bailarinos, coreógrafos e professores de dança.Número de Vagas: 15. Número de Vagas: 25. Carga horária: 6h

>> 26 e 28/11 10h30 às 13h30

O contato emocional como ferramenta criativa – Ana Chin-A-Loy (Venezuela)

Exploração do corpo através de exercícios de sensopercepção e de bioenergética para guiar um encontro íntimo com o corpo de cada participante em busca de dar voz as ‘zonas abandonadas’, as zonas que estão ‘na sombra’. Público-alvo: Público Alvo: bailarinos, coreógrafos e professores de dança. Número de Vagas: 25. Carga horária: 6h 

::: CONVERSAS E DEBATES

>> 24 a 30/11 – 15h30 às 17h30 – GALPÃO 1

Conversatório

espaço coletivo de compartilhamento e conversas sobre as obras apresentadas no dia anterior.

>> 29/11 – 15h30 às 17h30 – SALA GUIOMAR NOVAES

3º FÓRUM ‘DANÇA E SUSTENTABILIDADE’

Tema: ‘Dança: Estratégias de Sobrevivência’

Mesa: Artistas representantes de cada coletivo apresentando os modos de ser, existir e fazer dança em seus países.