Ao Seu Lado
Crítica do filme
Em torno de 90% dos longas-metragens produzidos não dizem nada e são bem ruins. Então, quando um deles destoa disso, merece, no mínimo, uma atenção. E o filme Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades (Bardo, Falsa Crónica de unas Cuantas Verdades), novo filme do mexicano Alejandro G. Iñárritu, vai bem além disso.
A obra é uma experiência épica, visualmente deslumbrante e imersiva que narra a jornada íntima e comovente de Silverio (Daniel Giménez Cacho), um renomado jornalista e documentarista mexicano que vive em Los Angeles. Após ser homenageado com um prestigioso prêmio, deve retornar ao seu país, sem saber que esta viagem o levará a um limite existencial. O absurdo de suas memórias e medos abriu caminho até o presente, permeando sua vida diária com perplexidade e admiração.
Com emoção e muito senso de humor, Silverio enfrenta questões tão universais quanto íntimas sobre identidade, sucesso, mortalidade, a história do México e os laços familiares profundos e emocionais que ele compartilha com sua esposa e filhos. Afinal, é uma história sobre o que significa ser humano nestes tempos estranhos.
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Iñárritu é, sem dúvida, um dos diretores autorais mais interessantes do cinema contemporâneo. Responsável por obras como “Birdman”, “O Regresso”, “Biutiful” e “Babel”, o cineasta mexicano já venceu três oscars e não à toa. Afinal, é possível ver o dele dele em todo trabalho lançado. E não é diferente com Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, que passou pelos cinemas rapidamente e chegou recentemente à Netflix.
O mais impressionante do novo filme de Iñárritu é que tudo parece profundamente pensado em cada cena. Não há um frame em que não somos surpreendidos. Quando pensamos que a película começará a pegar os trilhos da ‘normalidade’, ela sai do eixo novamente. Assim, o diretor mexicano nos entrega uma obra sublime, lúdica, filosófica e ímpar.
Além disso, Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades ainda faz fortes críticas sociais, tornando o México uma espécie de colônia dos Estados Unidos, com a Amazon comprando diversas regiões do país. É tudo muito impressionante e difícil encontrar o que não encanta. Mas vale destacar, principalmente – além da fotografia, das atuações e do roteiro -, a montagem e a edição do filme, que são de uma inteligência avassaladora.
É natural que não entendamos o longa-metragem ao assistirmos, afinal, são muitos detalhes minuciosos para se captar numa primeira impressão. Por isso, ainda que longo, vale a pena ver até mais vezes para destrinchar cada trecho dessa obra-prima. Para ficarmos como exemplo de artistas mexicanos, Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades é uma obra de arte que Frida Kahlo assinaria.
A saber, Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades estreou recentemente no catálogo da Netflix.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Daniel Giménez Cacho
Griselda Siciliani
Ximena Lamadrid
Título original do filme: Bardo, Falsa Crónica de Unas Cuantas Verdades
Direção: Alejandro G. Iñárritu
Roteiro: Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone
Duração: 159 minutos
País: México
Gênero: comédia dramática
Ano: 2022
Classificação: 16 anos