Ao Seu Lado
Crítica do filme
Impact Winter era um jogo que eu esperava há muito tempo. Apesar de não ser fanático por títulos onde a sobrevivência num local inóspito seja o foco, esse é um que tem seu charme.
A trama desse título é bem simples. Nós jogamos com Jacob Solomon, líder de um grupo improvisado que tenta sobreviver após a devastadora colisão de um asteroide na Terra. O mundo que você conheceu um dia não existe mais – está enterrado profundamente sob a nevasca constante. Seu objetivo: manter seus companheiros vivos até o resgate. Esse suposto resgate chegará em aproximadamente 30 dias. Todos sabemos que uma equipe de resgate precisa ser montada com um pouco de estratégia. Quando um avião cai no mar, há todo um pessoal que se envolve com a causa e que pode ou não fazer com que esse resgate chegue até nós em menos tempo. É aí onde o jogo proporciona emoções diversas, o que é um ponto muito positivo. Somos forçados a usar inúmeras estratégias para diminuir o Tempo de Resgate, ou que pelo menos consigamos sobreviver até lá. Estamos dentro de uma igreja com comida limitada e algumas pessoas com seus respectivos predicados, tentando fazer com que consigamos sobreviver por 30 dias. A suposta era glacial é um estorvo para alguns, inclusive para mim.
Em meu gameplay, mostrei facilmente que não sobreviveria. Por estarmos em um ambiente totalmente frio e com um mapa que não nos direciona exatamente ao que fazer, nos deixando ir de um lado para o outro apenas para que passasse o tempo. Isso é um ponto ruim, pois o tempo passa e seus suprimentos vão junto para o beleléu. Ao caminharmos, encontramos umas antenas de transmissão onde podemos pegar itens ao seu redor para melhorar nossa comunicação com o mundo exterior. Antes de começarmos a vasculhar o ambiente, recebemos em nosso refúgio uma misteriosa transmissão de rádio com uma mensagem dizendo que a ajuda está a caminho. Como dito, há pessoas com suas funções e qualidades. Nosso protagonista, supostamente, é o que mais aguenta o frio congelante, pois é o mais gordinho. Temos uma infinidade de opções de melhora tanto do personagem quanto dos itens para sobreviver. No mundo externo, podemos achar de tudo: fósforo para ajudar a acender uma fogueira (que tem tempo) para se manter acesa, remover gasolina do tanque de alguns carros, comida enlatada, entre outras opções que ajudarão a termos o mínimo de resistência para 30 dias. Isso me fez lembrar o filme “30 Dias de Noite”, de 2007, no qual a sobrevivência durante uma nevasca, era o maior dilema.
A jogabilidade é bem complexa para quem não curte um jogo meio parado. Não há muito o que fazer. Há somente o mapa a ser explorado e ter a paciência de esperar seu resgate. Quando menciono que não há o que fazer, me refiro desferir alguns tapas, matar bichos e afins. Quanto a isso, esqueça: é próximo do nulo. Talvez você tenha que caçar algum animal, visto que comer enlatados todos os dias certamente matará a fome de seus companheiros, mas o nível de ânimo poderá ser reduzido. Há o ânimo, cansaço físico, emocional, o sono, diversos fatores que os personagens possuem e que precisam de ‘alimento’. É quase um POW/Tamagotchi da vida. Em nosso gameplay não consegui sobreviver ao inverno rigoroso. Isso por detalhes bem bobinhos. Estava preocupado em tentar mostrar como o título funciona, mas errei em muitas coisas. Impact Winter requer que você faça justamente a gestão dos recursos, pois, como citado anteriormente, há coisas que podem fazer com que a narrativa descambe para outro lado. Como fazer com que uma mulher, por exemplo, fique de bom humor sem coisa gostosa pra comer, sem cartão de crédito e chocolate? Portanto, se querem sobreviver aos 30 dias até ao resgate, deixe uma mulher feliz pelo menos, ou aventure-se o máximo possível lá fora.
Em vez de entregar ao jogador uma longa lista de cenários, o título incorpora alguns elementos de mundo aberto à sua estrutura. Podemos caminhar por diversos cantos do mapa e ainda vai passar a maior parte do tempo em cenários bucólicos e tão similares quanto. Ainda que a trama progrida, cumprir tarefas secundárias pode dar um fim aos seus amigos que estão na igreja aguardando que retorne com mais suprimentos. Uma coisa interessante é que o cenário e seu frio congelante também vão minando a energia do seu personagem. Levar um alimento na caminhada é uma ideia interessante, assim nos dará maior vigor e podemos caminhar por mais tempo. Em compensação, o tempo de vida útil do robô diminui conforme sua bateria vai acabando.
Lá fora, temos um robô sob nosso controle que nos auxilia com algumas habilidades. Seja ela para iluminar quando a nevasca aumenta e fica muito escuro para que enxerguemos ou até mesmo cavar um buraco na neve e possamos ter de posse alguns itens para aumentarmos as chances de sobreviver. Esse robozinho também possui melhorias no decorrer do gameplay. Ao atualizarmos seu software, ele terá acesso a bombas, granadas e outras especialidades que, de início, não temos acesso. Essas bombas podem auxiliar na explosão de um porão de uma casa ou espatifar um contêiner entupido de comida. É aí onde as ações, sejam elas para alimentar o protagonista ou caçar, que vão deixando você com muitas ideias do que fazer, porém limitado pelos pontos disponíveis para distribuir. Os materiais para crafting, por exemplo, são os mais fáceis de serem encontrados, no entanto, mais complexos de serem melhorados. Por vezes, é difícil decidir o que fazer.
O VEREDITO
Impact Winter é bonito, gostoso de jogar, mas mostra suas limitações no momento em que temos que apenas ir lá fora buscar recursos para manter os sobreviventes vivos. Isso é algo estranho, visto que todos poderiam fazer o mesmo, aumentando a probabilidade de encontrar mais recursos. Claro que idosos e crianças não o fariam, mas há jovens que poderiam cooperar, melhorando nossa experiência com o jogo, fazendo com que ele não caísse nessa repetição que logo nos perturba. O mundo construído pelos desenvolvedores é mágico, mas poderia ser melhor aproveitado.