Ao Seu Lado
Crítica do filme
Depois de uma sequência, três Annabelles, bem como mais dois spin-offs, o universo Invocação do Mal – iniciado pelo original já considerado old-school de James Wan – estava começando a sair do caminho. A boa notícia para os fãs é que a direção de Michael Chaves levou os detetives sobrenaturais Ed e Lorraine Warren a recuperarem um pouco de seu brilho em Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It).
Graças a um ritmo acelerado e cheio de reviravoltas que se livra dos clichês de casas mal-assombradas, esta nova ‘Invocação do Mal’ põe um pouco de terror real finalmente. Oferecendo vários acenos para “O Exorcista” (1973), o filme abre com uma sequência perturbadora, ambientada em 1981, que permanece como a parte mais assustadora da saga sobrenatural até hoje. Isso não quer dizer que as quase duas horas que se seguem são desprovidas de tensão e pulos assustadores. Entretanto, o caos absoluto e a malevolência em exibição logo após o portão inicial são incomparáveis em outro lugar.
Os chamados “fatos reais” desta vez são o curioso caso de Arne Cheyenne Johnson. A história relata que o médico de Connecticut, quando acusado do assassinato de seu senhorio em 1981, foi obrigado a fazer isso por causa do diabo. Seu advogado chama o casal Warren (novamente vividos por Patrick Wilson e Vera Farmiga).
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O que é mais interessante sobre esta nova batalha espiritual é que os Warren são confrontados com um vilão humano com aptidões semelhantes às deles (mas aproveitadas para o ocultismo) em oposição às energias do inferno que fluem livremente.
Além disso, Farmiga devora o papel mais uma vez com um misto de fragilidade e determinação. Sua preocupação com o Ed de Wilson, ampliada quando um totem aparece em sua casa, contrasta com o preço que sabemos que cada atribuição cobra de Lorraine. Não há reinvenção para os personagens, mas uma sólida consolidação dos mesmos.
Michael Chaves, que dirigiu anteriormente o merecidamente difamado A Maldição da Chorona, outro capítulo da saga “Conjuring Verse”, obtém uma vitrine muito superior por suas habilidades de cineasta no gênero de terror agora. Em parte por conta do roteiro de David Leslie Johnson-McGoldrick (Invocação do Mal 2) e também do já citado carisma de Wilson e Farmiga.
Às vezes torna-se um pouco previsível. “Ah, todas as luzes precisam mesmo se apagar em um necrotério de aparência assustadora?” Mas isso não quer dizer que esses sustos não sejam satisfatórios. Porque, de fato, são. Um momento de destaque é quando alguém (ou algo) corre em direção à tela de uma forma horrível que pode deixar o espectador mais do que um pouco ansioso para desligar a luz antes de dormir.
Enfim, surpreendente em partes e derivado em outras, Invocação do Mal 3, pelo menos, dá a seu universo uma correção de curso bem-vinda. Para onde quer que os Warren forem a partir daqui, contudo, é a bilheteria que decidirá.
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