Filme francês com estética e pegada de filme norte-americano, Entre os Vivos, dos diretores Julien Maury e Alexandre Bustillo, participa da 15º edição do Festival do Rio, na categoria Midnight Terror. Apesar do início promissor, dez minutos de tirar o fôlego, sou obrigado a dizer, com imensa tristeza, que decepciona bastante por não conseguir manter o ritmo ao longo dos seus 90 minutos de exibição.

A história é sobre três meninos prestes a entrarem de férias. Contudo, em seu último dia de aula, depois de uma confusão, são colocados de castigo por uma professora. Inconformados, eles decidem fugir. Entre uma travessura e outra, o trio resolve explorar Blackwood, um estúdio de cinema abandonado, nas imediações da cidade. E é lá que seus pesadelos começam. Ao testemunharem um crime, cometido por um homem usando máscara de palhaço, os garotos não poderiam imaginar que precisariam lutar por suas vidas.

Adolescentes, figuras mascaradas e nenhum elemento sobrenatural, é inevitável a sensação de que já vimos isto antes. Há semelhanças com sequências de filmes como “Pânico” e “Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado”. E isto não é um elogio. Excetuando os já citados minutos iniciais, quase nada nesta obra bizarra assusta. Os momentos de tensão são escassos e o sangue cinematográfico excessivo. Desta forma, a boa fotografia (nem tão escura, nem tão clara) e o ótimo cenário de Blackwood acabam ficando em segundo plano.

Entre os Vivos é mais do mesmo, um filme que poderia ter sido traquilamente dirigido pelos cineastas Wes Craven ou Jim Gillespie (criadores das sequências mencionadas) em seus piores dias. Para os apreciadores de incontáveis sustos e amantes do gênero, é entretenimento raso, fugaz e pra lá de descartável.

Desliguem os celulares.

BEM NA FITA: A fotografia, Blackwood e os dez minutos iniciais.
QUEIMOU O FILME: Todo o resto.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Aux yeux des vivants
Direção: Julien Maury e Alexandre Bustillo
Elenco: Anne Marivin, Francis Renaud, Béatrice Dalle
Ano: 2014
País: França