Ao Seu Lado
Crítica do filme
Quem foi ao Imperator, sábado (05/03), curtir o show de Liniker e sua banda os Caramelows, saiu de lá extremamente extasiado com toda energia boa transmitida do palco para o público. Considerados como a nova revelação do soul, o grupo carrega uma musicalidade que é a cara da modernidade brasileira. Depois de uma apresentação no Circo Voador, no dia 16 de janeiro, como banda de abertura para os shows de Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz, os Caramelows conquistaram o coração do público carioca e retornaram ao Rio com seu show completo, que traz além das 3 músicas de seu EP “Cru’’, um repertório repleto de canções inéditas que estarão em seu álbum “Remonta’’, com lançamento para ainda este ano.
Uma obra “crua’’ só no sentido de pureza e originalidade, pois a cada canção tocada, a sensação que tínhamos era de sermos tomados por um ritmo contagiante, com músicas não apenas cozinhadas, maduras e bem produzidas, mas também de um som intrigante e gostoso de ouvir e dançar. Que bom que esse projeto saiu do forno e está aí prontinho para apreciarmos.
Livres de preconceitos e normalidades, autênticos em suas canções e presença de palco, a banda abriu o show com a música “Remonta’’, que já causa grande impacto pela enorme potência vocal de Liniker nas primeiras notas cantadas. Logo em seguida, a galera se jogou ao som de “Louise du Brésil’’ – o repertório circulou até entre trechos de canções como “Desabafo’’, interpretada por Marcelo D2 e “Preciso me encontrar’’, de Candeia, imortalizada na voz do mestre Cartola.
Em versos de “Deixa eu Bagunçar Você’’, a plateia cantava em coro a música “Zero’’, uma das preferidas do público, que fez os todos presentes no Imperator acender as luzes de seus celulares em meio à escuridão e aplaudir incansavelmente com gritos de bis no final. O evento ainda contou com abertura de Tássia Reis e com sets do DJ Marcello MB Groove no intervalo.
Liniker saiu de Araraquara, cidade no interior de São Paulo e mostrou seu talento ao Brasil e ao mundo. Repleto de influências, surge no mercado musical com seu projeto que conecta a black music e o soul à música contemporânea brasileira. Letras que falam de amor e relações, do hoje, da geração do artista. Dono de uma voz poderosa e marcante, um tom que nos remete a Tim Maia; como diria Caetano em seu eclipse oculto: “sem grilos, sem tédio, sem fim’’.