Com texto do argentino Rafael Spregelburgd, o espetáculo A Estupidez, foi encenado por aqui pela Cia Os Dezequilibrados em 2011. Nesta nova montagem, com alunos formados no Curso de Formação Profissional de Ator da CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, Pedro Brício é quem dirige.

O texto faz parte de uma heptologia inspirada no quadro de Hieronymus Bosch, “A roda dos pecados capitais”. Em foco estão os supostos pecados do homem contemporâneo.

Vencedora de inúmeros prêmios e encenada em diversos países, a peça procura ironizar tanto a estupidez da arte (desde os enlatados da cultura pop até o abstracionismo e as vanguardas da pintura moderna), quanto a estupidez da ciência (seja na verificação de um padrão no pinga-pinga de uma torneira, seja numa possível equação complexa que ordenaria o caos da vida e permitiria prever o futuro), passando pela estupidez da justiça (com foco na corrupção, truculência e precariedade da polícia) e, principalmente, pela estupidez do dinheiro (ou das coisas estúpidas que fazemos para ganhá-lo). Mas também se detém sobre a estupidez da família, das relações, dos nossos sonhos, em suma, da nossa própria existência.

Na trama, um importante cientista se vê obrigado a vender um segredo para um jornal, para ajudar um filho em dificuldades e este segredo é a equação de uma avançada teoria de física quântica que pode decifrar o mundo; amigos acham uma boa ideia viver de golpes em roletas de cassino; dois policiais honestos se veem obrigados a compactuar com a corrupção de um terceiro companheiro diante de uma mala com um milhão de dólares encontrados em uma cena de assassinato; dois marchands tentam vender um quadro roubado antes que ele se destrua pela ação do tempo; um irmão completamente farto de ter que cuidar de uma irmã inválida; um milionário do petróleo texano, comprador de obras de arte, revelando os critérios que baseiam as suas escolhas em arte contemporânea; dois policiais apaixonados.

Inspirado pela “A Roda dos Pecados Capitais”, o autor decidiu escrever peças sobre o que seriam os sete pecados contemporâneos. A primeira peça foi ‘A Inapetência’ (escrita em 1996, estreou em 2001), seguida de ‘A Extravagância’ (escrita em 1996, estreou em 1997) e ‘A Modéstia’ (1999), que foi encenada em 2012 por Pedro Brício. Depois vieram ‘A Estupidez’ e ‘O Pânico’ (escritas em 2002 e estreadas em 2003) e ‘A Paranóia’ (2008) e ‘A Teimosia’ (2009).

:: SERVIÇO

Temporada: 10 de setembro a  2 de outubro

Local: Teatro Ipanema

Local: Rua Prudente de Morais, 824 – Ipanema – Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 2267-3750

Horário: qua e quin, às 20h

Duração: 150 min

Ingressos: R$30,00

Classificação: 14 anos

Capacidade: 222 lugares

Gênero: Comédia