Ao Seu Lado
Crítica do filme
Rampage: Destruição Total faz jus ao nome. Para quem gosta de filmes do estilo ação com adrenalina, monstros ou animais gigantescos, muito tiro e um pouco de leveza com alguns elementos que vou explicar ao longo do texto, esse filme é para você!
Baseado em um jogo de videogame de 1986, Rampage foi lançado inicialmente para arcade, onde os jogadores assumem o controle de monstros gigantes que tentam sobreviver dos ataques de forças militares. Cada nível é concluído quando uma determinada cidade é completamente destruída a ponto de sobrarem somente os escombros. O título, a partir de 1997, foi convertido em várias plataformas além da original como: Master System, NES (ou “Nintendinho” para o íntimos), Atari, Amstrad CPC, ZX Spectrum, Commodore 64, Amiga, IBM PC, Nintendo 64, Gamecube, Xbox e PS2.
Esse filme vai com certeza ser um blockbuster e conquistar diversos corações. Com poucas falhas de roteiro, produção e atuação, a história se desenrola bem do começo ao fim, tem um belo desfecho e, como sempre, traz bastante humor para contrabalancear toda a destruição que ocorre. Logo de início, o logo da Warner está se desfazendo em blocos como nos games antigos, fazendo referência a jogos como Tetris, Mario, entre outros da década de 80/90, com uma trilha sonora bombástica, já colocando o espectador diante da trama.
Sem parar para dar muitas explicações, que ficam mais para o meio da trama e deixando algumas subentendidas, a câmera acompanha o movimento lento de uma astronauta flutuando e de planetas, demonstrando estar no espaço. Há uma explosão e a astronauta consegue salvar umas amostras que, com a cápsula ejetora, são expulsas da nave e caem em alguns lugares da terra. Nesse primeiro ato já temos a primeira referência feita utilizando “The Rock” em algo que parece uma selva, com mais três personagens (interpretados por P. J Byrne, Jack Quaid e Marley Shelton) que nos fazem lembrar “Jumanji”. A selva onde eles estão é um parque, uma reserva onde trabalha Davis Okoye, interpretado pelo Dwayne Johnson (The Rock), e esses outros personagens secundários. Esse é o primeiro ponto de falha de roteiro: a forma como “desaparecem” esses personagens e não dão continuidade na história. Ficou sem uma amarração, pois, no início, Davis ensina a esses garotos como se aproximar dos animais da reserva, dá lições sobre as espécies e cria laços e vínculos importantes para o andamento do longa.
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George (o gorila albino) vive na reserva e se comunica com Davis através de linguagem de sinais. A relação entre os dois é totalmente amorosa, sendo que ao longo da projeção vamos perceber que ele tem certa dificuldade em lidar com pessoas e seu ponto de fuga sempre foram os animais que cuida.
Sobre atuação, vamos falar de alguns personagens, começando pelos vilões os irmãos Wyde. Mellin Akerman está completamente robótica e não deu liga à personagem, que apesar de secundária, acaba sendo um elemento importante, já que é a dona da empresa que faz esses experimentos genéticos e precisaria ter um pouco mais de força como vilã. Seu irmão, interpretado por Jake Lacy, dá vida a um bobalhão que faz tudo que a irmã diz para fazer. The Rock é… The Rock do início ao fim. Humanizou o personagem na relação com os animais gigantes e, quando foi necessário, partiu para o de sempre: o bom tiro, porrada e bomba! Já Jeffrey Dean Morgan, que interpretou um agente do FBI, trouxe uma referência de seu personagem em “The Walking Dead”, com seu sotaque texano e fala arrastada que, nos momentos necessários, foi quem trouxe a dose de humor na medida certa.
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Como não podia faltar em filmes assim que envolvem destruição de uma cidade americana, há o clichê da disputa entre FBI e operação militar. E o agente do FBI é quem amarra o contexto do roteiro com a necessidade da ajuda de Davis por sua relação com animais, seus conhecimentos sobre os comportamentos de anfíbios, répteis, morcegos, gorilas e lobos (as mutações genéticas entre cada um deles envolvem mais ou menos esses animais) e, especialmente, com George.
Rampage: Destruição Total tem um roteiro quase impecável e uma direção de arte monstruosa (vale a pena assistir em 3D!). Preciso dizer que a cidade em vista panorâmica não parece maquete em nenhum momento e os closes de câmera não pecaram em instante algum. Os detalhes dos animais, principalmente as escamas da crocodila, estão perfeitos!
Havia três personagens obrigatórios de Rampage que o diretor Brad Peyton sabia que precisaria trazer em sua adaptação do clássico game para o cinema: o gorila gigante, o lobo gigante e a crocodila gigante. Todo o resto é criação do próprio Peyton. Como o jogo não tem uma história, o cineasta precisou amarrar como estes animais iriam aparecer na cidade, e acabou tendo uma boa saída: criou a empresa que desenvolve armas bélicas através da manipulação genética de DNA, que, por acaso, ao serem ejetada da nave, as amostras acabam atingindo os três animais. No jogo, os bichos eram seres humanos que passam por mutações genéticas. A única criatura que ficou sem nome foi o réptil gigante que, no caso do jogo, é uma fêmea e se chama Lizzie. Ralph ganha seu nome através dos vídeos que vazam na internet e a própria população deu o apelido carinhoso.
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Há cenas espetaculares como as vistas no trailer, onde o grande lobo Ralph da um salto homérico e pega em sua boca o helicóptero como se fosse um brinquedo de um cachorro, tudo isso sem parecer exagerado. As cenas que envolvem os agentes militares são feitas naquela câmera de visão noturna e dão um ar realístico às operações. A aparição de Lizzie é a melhor. O ângulo, a forma como é dado o close de câmera em suas escamas e as cenas de luta entre os três animais são fantásticas.
Rampage: Destruição Total termina com um apelo emocional com George que é quem, além de fazer o desfecho, transforma a trama em algo super bem costurado do início ao fim.
Título original: Rampage
Direção: Brad Peyton
Elenco: Dwayne Johnson, Naomie Harris, Malin Åkerman
Distribuição: Warner
Data de estreia: qui, 12/04/18
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2017
Classificação: 14 anos