O Bebê de Bridget Jones, que estreia em 28 de setembro, é um daqueles filmes que você não sabe se de fato quer. Enquanto O Diário de Bridget Jones (2001) é uma das minhas comédias românticas favoritas, No Limite da Razão (de 2004) entra na minha infame lista de decepções. Portanto, eu não sabia dizer o quão empolgado estava pelo terceiro filme. Felizmente, apôs assisti-lo, pude comemorar: Jones voltou!

Bridget Jones (Renée Zellweger) leva a vida que sempre almejou. Possui uma boa carreira, peso ideal e melhor autoestima. Mas tudo isso começa a ruir quando descobre que está grávida. E para piorar, ela não sabe quem é o pai: Mark Darcy (Colin Firth) ou Jack Quant (Patrick Dempsey).

O Bebê de Bridget Jones moderniza a personagem. Enquanto, em 2001, Jones demonstrava fragilidade em aspectos pontuais (vida profissional, relacionamentos, aparência, etc), aqui ela apresenta experiente vigor de quem já viveu e aprendeu bastante. Até aí, a personagem pouco se parece com aquela que conhecemos há 15 anos. Mas a notícia da gravidez trás de volta a obstinada e atabalhoada Jones e todos seus maneirismos. O filme entrega a mesma protagonista, só que atualizada. Mérito do bom roteiro de Helen Fielding (a escritora do livro que deu vida à Jones), Dan Mazer e Emma Thompson, e da direção de Sharon Maguire (O Diário de Bridget Jones).

BRIDGET JONES' BABY

O longa cria artifícios para ir além de uma mera comédia romântica. Ele busca ser relevante. Jones encara um mundo regido por tendências da juventude e precisa se adaptar à nova realidade para manter seu emprego. O conflito de gerações, as novas tendências de comunicação, a volatilidade do mercado de trabalho (principalmente da comunicação), criam situações curiosas e atuais.

Os desafios da personagem ficam ainda mais interessantes – e trabalhosos – quando somados à gravidez. Prestes a tornar-se mãe solteira, Jones encara as dificuldades e preconceitos diárias de tantas mulheres que precisam sempre fazer um pouco mais se ainda quiserem ter seu espaço.

Cada situação é desenvolvida através dos clichês estabelecidos do gênero. Mas tudo isso é feito com fluidez nas mãos de Maguire, tal como no filme de 2001. A diretora conta uma nova história, mas sem ignorar a essência da personagem, dando ao filme um frescor familiar.

O bom desenvolvimento da história também é virtude dos atores. Zellweger ainda entende bem a personagem, assim como Firth. Ambos resgatam seus papéis e realizam bom trabalho. A adição de Dempsey também foi acertada. O ator está bem e desenvolve um carismático possível marido e pai. Ele consegue, assim como Zellweger e Firth, cativar e fazer rir.Outro ponto positivo fica por conta de Emma Thompson, que continua competente como sempre.

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Há defeitos em O Bebê de Bridget Jones, mas, felizmente, são poucos. O começo é um mais arrastado do que deveria. Embora possua certa coerência com a retratação e atualização da personagem, os minutos iniciais demoram a prender a atenção.

A utilização da música, característica marcante principalmente do primeiro filme, também fica aquém do esperado. Embora presente, ela possui um papel inferior do que nos demais longas.

O final também apresenta algumas inconsistências. Dois pontos, particularmente, chamam a atenção. Não vou detalhá-los para evitar spoilers, porém, posso dizer que faltou buscar conclusões menos improváveis. Pareceu que o longa, além de não querer decidir-se, ainda confia demais em si mesmo.

Bridget Jones é uma das minhas protagonistas favoritas. A primeira vez que a vi, me encantei pela autenticidade da personagem que mesmo fora dos padrões (ainda mais na rigidez britânica), sempre mostrava cativante e atabalhoada determinação, tornando-se numa heroína moderna. E é bom saber que ela continua assim!

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:
Título original: Bridget Jones’s Baby
Direção: Sharon Maguire
Roteiro: Helen Fielding, Emma Thompson, Dan Mazer
Elenco: Renee Zellweger, Colin Firth, Patrick Dempsey
Distribuição: Universal
País: Reino Unido
Gênero: comédia
Ano de produção: 2015
Duração: 115 minutos
Classificação: 12 anos