Ao Seu Lado
Crítica do filme
As vezes uma história baseada numa lenda é necessária ser contada para que as pessoas acreditem no que pode haver entre a vida e a morte. The Frankenstein Chronicles tenta de certa forma ao mesmo tempo narrar tamanha conto, como também expor da forma mais carnal as pessoas que não se importam com o sofrimento do ser humano.
Não importa o quão famosa Mary Shelley tornou-se famosa pelo seu ‘romance’ – “Frankenstein ou o Moderno Prometeu” – mais conhecido simplesmente por Frankenstein, terror gótico com inspirações do movimento romântico. A história por trás das origens de Frankenstein tem elementos de novela mexicana. Há traição, luxúria, morte e dor, muita dor.
Nunca houve uma linha tênue quando o assunto aborda o famoso doutor Frankenstein, com sua criatura feita de pedaços de cadáveres. Até hoje não se sabe o que é mito, lenda, verdade ou poesia gótica. The Frankenstein Chronicles deturpa um bocado a visão de Mary Shelley, mas com uma divindade impar, consegue levar ao telespectador algo de boa qualidade. Partindo desde ponto de vista, se cultivarmos a sementinha do passado, podemos chegar à conclusão de que a proposta de Lord Byron não foi muito longe.
John Polidori começou a escrever o caso de uma mulher que espia por um buraco de fechadura e tem a cabeça transformada em caveira. Percy Shelley redigiu o hoje pouco conhecido Fragmento de uma História de Fantasma. Byron elaborou o fragmento da história de um nobre imortal, Augustus Darvell, que se alimentava do sangue de suas vítimas. Mas, para Mary (Esposa de Percy), a tarefa chegou perto da obsessão. A ponto de, dois anos depois, a escritora ter aproveitado um sonho macabro que teve em Villa Diodati para publicar o romance que daria origem ao gênero do cientista louco na cultura popular.
A adaptação da Itv Encore é um bocado absoluta no quesito autenticidade, o que gera uma breve faísca de contradição sem fugir da lógica. Em 1824 (Ano este em que se passa a série televisiva), lúdicamente seis anos depois da publicação da primeira edição de Frankenstein, e quando começavam a surgir as primeiras adaptações teatrais, críticos creditavam a autoria do livro a seu marido (Percy).
A série, estagnada em um conto investigativo, com tons que lembram o senhor Sherlock Holmes, demonstra o quanto o ator Sean Bean veio a calhar no papel de John Marlott, policial investigativo este, em buscas de respostas sobre crianças estarem sendo mutiladas. Há aquele bendito tom que adentra à noite escura, similarmente a ”Sherlock Holmes” – sim, uma vez que a série se passa em uma Londres em ‘breve’ ascensão.
O Drama drama criminal foi apresentado em seis partes e apresentoy uma novo visão sobre o clássico da escritora Mary Shelley. Sim, este o apresenta. A parte mais profunda no holocausto contido dentro do coração de cada homem, é quando, John Marlott recita um poema de William Blake: “Sleeping Lyca Lay, while the beast of prey, Come from caverns deep, view’d the maid asleep”.
Não somente Blake é introduzido na trama, mas gravuras do “homem vitruviano” de Leonardo Da Vinci também são aprofundadas ao telespectador. Ainda buscando uma conexão entre a gravura do pintor e os poemas de Blake, a série tenta conectar também a figura de Mary, que tem seu papel fundamental no desenrolar do conto.
Por fim, a série é muito bem produzida, desde o cenário, figurino à interpretação dos atores. A direção de Benjamin Ross e a fotografia de Ian Moss também são excelentes. Não fica atrás a tocante e ao mesmo tempo, ainda que soe contraditório – a lúgubre trilha sonora de Harry Escott e Roger Goula Sarda, também se faz intensamente bem executada. Foi sim, uma grata surpresa verificar que os ingleses da (ITV) podem produzir algo não muito amarrado, pois o desenrolar da trama foi no ritmo certo.