Lançado no já distante ano de 2014, ‘This War of Mine’ trazia uma abordagem completamente nova para os jogos com temática de guerra. Normalmente nestes títulos sempre controlamos soldados, exércitos, esquadrões ou veículos em tiroteios frenéticos. Aqui as coisas mudam de figura, pois controlamos grupos de pessoas normais tentado sobreviver em meio a um cenário caótico das cidades sitiadas pelo conflito em um país fictício.

Em maio deste ano a 11 Bit Studios lançou para a atual geração de console ‘This War of Mine: Final Cut’, um pacote composto pelo jogo original remasterizado e ainda todo o conteúdo lançado de 2014 até hoje, com quatro DLCs completas, novos personagens, novos abrigos, áreas inéditas no mapa, possibilidade de jogar com crianças no time e muito mais.

This War of Mine antes dos DLCs

O jogo original conta com mais de 15 personagens para serem escolhidos no modo Escrever Minha Própria História, onde determinamos os personagens que estarão no abrigo, crueldade do inverno, locais do mapa a serem visitados, intensidade do conflito e dias até o cessar-fogo. Também é possível deixar que o jogo defina cada partida, onde tanto os abrigos quanto os locais disponíveis no mapa são gerados aleatoriamente; inclusive também muda o grupo de pessoas que controlamos, fazendo com que as partidas nunca sejam iguais. Transformando, assim, cada campanha em partidas únicas devido às características também únicas de cada personagem. Como exemplo, podemos citar a força física, para carregar mais peso, maior agilidade, cozinhar mais rápido, mais depressivo, dentre outros aspectos físicos e psicológicos.

This War of Mine: Final Cut review
11 BIT STUDIOS S.A. © 2021 All rights reserved

Além da versão completa de This War of Mine, o pacote Final Cut também disponibiliza as DLCs:

– Father’s Promise – A Promessa do Papai

Baseado em um drama de Lucasz Orbitowski, famoso autor na Polônia, o primeiro DLC conta a história de uma família que tenta preservar o que resta de sanidade e humanidade em tempos de desespero. Aqui jogamos com Adam, que, em suma, visa sobreviver com sua filha doente em meio ao caos da guerra e ao trauma de perder a esposa. Um conto emocionante e sombrio sobre amor e perda.

– The Last Broadcast – A Última Transmissão

Com bem mais conteúdo que o seu antecessor, este DLC conta uma história nova e completa, onde controlamos o casal Malik e Esma. Malick tomou para si a missão de transmitir as escassas informações que sua esposa consegue descobrir durante as suas saídas do abrigo por buscas de suprimentos, ponderando sobre contar ou não as verdades da guerra via rádio para que outros sobreviventes possam fazer bom uso das notícias como a voz de Pogoren.

– Fading Embers – Brasa e Fumaça

O terceiro DLC nos coloca na pele de Anja, que deve administrar seu tempo entre tentar sobreviver, reunir e proteger obras de arte, me como cuidar de um homem desconhecido que desmaiou na sua porta baleado e morrendo de frio.

– The Little Ones

O último DLC do pacote adicionou a possibilidade de jogar com uma criança no grupo de pessoas no abrigo da cidade sitiada. A Gama de possibilidades aumenta com o fato de além de sobreviver em meio a guerra, devemos ensinar, educar e cuidar de uma criança que enxerga a guerra com olhos inocentes, ainda conseguindo rir e brincar em meio a tragédia.

A todo momento o senso de urgência e de medo estão presentes. Ao realizar tarefas como buscar suprimentos e medicamentos pela cidade em áreas cada vez mais distantes do abrigo se fazem necessários um quê de bom-senso para avaliar se vale à pena arriscar uma pessoa do grupo por causa de determinado item em local perigoso, e também velocidade/agilidade para evitar encontros indesejados e retornar são e salvo para o abrigo.

This War of Mine: Final Cut review
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Diferentes experiências na jornada

Jogar nos períodos de dia e noite trazem experiências bem diferentes dentro de This War of Mine. No diurno, os soldados se encontram mais ativos, travando suas batalhas ou guardando perímetros, o que nos impedem de avançar livremente pela região. Isso nos leva a focar a jogatina em administrar o abrigo, cuidando da segurança, realizando melhorias e negociando com outros sobreviventes que baterem na porta. No norutno, com o auxílio da escuridão, se torna possível realizar as missões de busca por suprimentos, onde enviamos alguém do abrigo para determinados lugares do mapa para procurar itens valiosos para garantir a sobrevivência do grupo nesta situação precária em que se encontram.

Ainda sobre dia e noite, é fundamental utilizar as horas de sol com sabedoria para administrar o grupo e definir quem irá trabalhar para fortificar as defesas ou montar equipamentos; quem poderá comer ou até dormir; quem fica responsável por cuidar dos doentes e feridos, sempre visando o melhor para tentar manter o grupo, física e mentalmente. Já sobre a noite, sair em missões de busca e reconhecimento pode deixar o abrigo desprotegido, colocando em risco as pessoas e os itens preciosos que necessários para a sobrevivência de todos, pois saqueadores podem atacar se sentirem que o abrigo está vulnerável, colocando a vida de todos em perigo. Aqui a sobrevivência depende destes e outros fatores, além de sofrer as consequências de escolhas erradas.

Jogabilidade desafiadora

A jogabilidade é bastante intuitiva e nos obriga a sentir o peso e o medo de perder algum integrante do grupo. É muito frustrante deixar alguém morrer logo no início da campanha. Isso faz com que uma sensação de tristeza recaia tanto sobre os membros sobreviventes, quanto sobre o jogador.

No início das partidas estamos com escassez total de suprimentos, mas no próprio abrigo e também nas incursões noturnas conseguimos obter equipamentos, materiais e consumíveis para dar início a uma série de melhorias que devem ser feitas para fortificar o abrigo e facilitar a obtenção de novos equipamentos e itens para facilitar a vida dos sobreviventes.

Para isso utilizamos a oficina, onde é possível construir camas e aquecedores para aumentar o conforto do abrigo, por exemplo. Assim como construir estações para fabricar equipamentos como pé de cabra, faça, armas de fogo e munições, que facilitam muito as missões pela cidade.

This War of Mine: Final Cut review
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Ambientação imersiva

O traço estilizado dos cenários e todo o resto do visual depressivo de This War of Mine ganha um visual mais limpo e bonito nesta Final Cut, mas sem grandes melhorias gráficas, até por se tratar de um jogo de 2014, originalmente.

O fato do jogo ser retratado em uma visão lateral do cenário facilita as tomadas de ação com mais velocidade, apesar da adaptação do estilo point & click do PC não ser tão bem-feita assim para o joystick, levando a momentos incômodos quando os ícones ficam sobrepostos causando dificuldade de realizar certas ações, além de diversas vezes o personagem correr e bater uma porta chamando a atenção de inimigos, ao invés de abri-la calmamente e caminhar em silêncio.

Na categoria som o jogo continua bom como sempre foi transmitindo com perfeição o clima do que está sendo mostrado na tela, ajudando com a imersão dos momentos “tranquilos” durante o dia, administrando o abrigo, e também com o clima de suspense e melancolia das noites em busca de suprimentos.

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This War of Mine: Final Cut: VEREDITO

Mesmo sem saber quem está lutando contra quem nesses dias infelizes de guerra, ou mesmo em qual guerra estamos This War of Mine: Final Cut garante dezenas de horas de gameplay emocionante e intensas. Dizer que o título concede diversão soa estranho devido ao tema tão pesado que engloba, mas ainda assim ela está lá.

Prós

Contras

Por fim, não deixe também de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

This War of Mine: Final CutTrailer