‘The End of the F***ing World’ (2ª Temporada) | CRÍTICA

Wilson Spiler

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11 de novembro de 2019

Definitivamente, The End of the F***ing World não é para todos. Quem assistiu à primeira temporada sabe bem do que estou falando. Afinal, é uma série de humor negro, recheada de boas sacadas e reviravoltas que não estamos acostumados a ver em produções norte-americanas, por exemplo. São tiradas tipicamente britânicas. E, dois anos depois, o seriado voltou “estranho” – como ele deve ser – com um ritmo bem menos frenético que anteriormente.

Nova personagem

O primeiro episódio é uma apresentação da nova personagem: Bonnie (Naomi Ackie, excelente atriz do vindouro Star Wars: A Ascensão Skywalker – preste atenção nela). Tanto é que os protagonistas da história não aparecem e sequer são citados (não falei que é estranho?). Mas tem explicação, claro. O capítulo inteiro mostra a história dela e sua relação com a trama da temporada anterior. Aos poucos, percebemos o envolvimento dela com o casal Alyssa (Jessica Barden) e James (Alex Lawther).

Infelizmente, se me alongar demais com relação ao que virá pela frente é dar spoiler, afinal, quem assistiu à primeira temporada sequer sabe se James está vivo (embora todo mundo já sabia que ele ficaria vivo, né?). Então, vamos deixar esses detalhes de lado.

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The End of the F...ing World Netflix Bonnie

Bonnie, a nova personagem (Foto: Netflix / Divulgação)

Maturidade

Como dito anteriormente, a segunda temporada de The End of the F***ing World tem um ritmo bem menos alucinante do que a anterior. Mesmo que os episódios continuem curtos – e isso é muito bom – essa diminuição de adrenalina, talvez, seja algo correlato aos protagonistas. Afinal, agora, eles atingiram a maioridade. E essa maturidade vai tendo uma crescente no decorrer dos capítulos conforme as situações pelas quais eles enfrentam vão ocorrendo. São problemas que vão desde sentimentos confusos sendo aflorados a perrengues financeiros e físicos. Talvez a frase que resuma esse amadurecimento está no contexto feito para Bonnie por Alyssa:

“O problema, quando se recebe pouco amor, é não saber como é”.

Além disso, o segundo ano da série passeia da comédia de humor negro a uma espécie de suspense, num clima de tensão muito maior do que o visto na temporada passada, quando eles assassinam o professor que tentou estuprar Alyssa. Aliás, esse é um fator preponderante para um ritmo mais lento do seriado. Por outro lado, também deixamos de ver o lado psicopata de James, que era um alívio cômico dos mais engraçados. Entretanto, pode ter um significado bem plausível. Afinal, psicopatas não nutrem sentimentos.

The End of the F...ing World Netflix James e Alyssa

Foto: Netflix / Divulgação

Fim?

Por fim, a segunda temporada de The End of the F***ing World tem um desfecho dos mais fofos e que todos queríamos ver. Entretanto, ela também tem um encerramento perfeito para o arco, o que pode ser uma notícia ruim para os fãs: o adeus à série. De acordo com a própria criadora do seriado, Charlie Covell, em entrevista a Radio Times, este é o fim da linha para os personagens:

“Acho que tentar descobrir mais seria errado, eu gosto de onde deixamos (na segunda temporada)”.

Então, aproveite para curtir o (provável) encerramento de The End of the F***ing World saboreando cada capítulo. Se você não viu sequer a primeira temporada, dê uma chance. Como disse, são episódios curtos, rápidos de maratonar. No mínimo, vai assistir algo muito fora da “caixinha”.

::: TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=JAEdogs2Rxg

::: FICHA TÉCNICA

Título original: The End of the F***ing World
Temporada: 2
Data de estreia: ter, 05/11/19
Criação: Jonathan Entwistle
Direção: Jonathan Entwistle, Lucy Tcherniak
Roteiro:  Charlie Covell
Elenco: Alex Lawther, Jessica Barden, Naomi Ackie, Steve Oram, Christine Bottomley
Produção: Kate Ogborn
Distribuição: Netflix
País: Reino Unido
Gênero: comédia, drama
Ano de produção: 2019
Classificação: 16 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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