TV de Qualidade: “Sons of Anarchy”
Colaboração
****Colaboração de Bruno Bloch****
Há um tempo atrás, eu procurava por alguma boa nova série de drama para dedicar meu tempo e energia. Como de costume, pesquisei listas das melhores séries dos últimos anos e acabei esbarrando com o mesmo nome na maioria delas. Esse nome é “Sons of Anarchy”, uma série que, aparentemente, contava a história de um grupo de motociclistas fora da lei.
Logicamente tive um preconceito grande. Por que que diabos eu assistiria uma série sobre motoqueiros? Por que eu gastaria horas, dias, semanas da minha vida com um programa que aborda um universo tão distante do meu? Afinal, eu não ando nem de bicicleta. (Não me julgue. Saiba que existem muitos de nós pelo mundo).
Resisti em assistir por um tempo, mas, por falta de boas recomendações de séries de drama naquele momento, acabei resolvendo dar uma chance para “Sons of Anarchy”. Então assisti ao piloto… E nada demais.
Quer dizer, é um piloto legal, mas nada que explodisse a minha cabeça ou que me fizesse correr desesperadamente para assistir ao segundo episódio. Mas isso também é normal. Quem costuma assistir muitas séries sabe que um piloto mais ou menos ou apenas “legal” não quer dizer absolutamente nada. Muitas ótimas séries de drama (ou até de comédia) não têm um piloto genial. É até difícil um piloto ser incrivelmente bom, por melhor que a série venha a se tornar.
Sabendo dessa regra, resolvi, depois de alguns dias, voltar para assistir ao segundo episódio. E depois assisti ao terceiro, ao quarto, ao quinto episódio… E não parei mais. A verdade estava na minha frente e eu estava com vergonha. Me senti um idiota por ter tido qualquer tipo de preconceito com a série. “Sons of Anarchy” é bom demais.
A série conta a história de um clube (ou melhor, gangue) de motociclistas, o Sons of Anarchy, da cidade (fictícia) de Charming, na Califórnia, que vive de atividades ilícitas para sobreviver, como importação e venda de armas para diversas gangues locais. Seu protagonista, Jax Teller (Charlie Hunnam), é o vice-presidente do clube, que acaba de se tornar pai pela primeira vez e começa a questionar as atitudes do grupo e de seu presidente, Clay Morrow (Ron Pearlman), que é casado com sua mãe, Gemma Teller (Katey Sagal).
“Sons of Anarchy” é uma série intensa e extremamente violenta, mas isso não é surpresa nenhuma. Afinal, estamos falando de motoqueiros fora da lei que estão sempre entrando em conflito com personagens do submundo da parte mais perigosa da Califórnia.
É porrada atrás de porrada, mas “Sons of Anarchy” não é só isso. Suas tramas são muito bem desenvolvidas e a série apresenta, como poucas, uma mitologia fascinante, um universo de acontecimentos que “existe” desde a fundação do clube, ou seja, bem antes do que é mostrado no primeiro episódio. E ao longo da série, esse universo vai sendo explorado pouco a pouco.
Talvez “Sons of Anarchy” não tenha a mesma elegância e sofisticação de outras séries contemporâneas premiadas, como “Mad Men” e “Homeland”, mas, em termos de qualidade, ela está lá em cima com elas, entre as melhores séries de drama da atualidade.
Faça como eu. Largue o preconceito e invista tempo em “Sons of Anarchy”. Você não vai se arrepender e pode até querer andar de moto. Quem sabe você até fique com vontade de fundar um clube. Eu fiquei.