O universo musical particular de Vítor Guima

Rafael Vasco

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4 de agosto de 2021

O cantor e compositor Vítor Guima tem chamado a atenção do público e crítica com sua mistura de ritmos e referências musicais. O paulista lançou em 2021 o álbum ‘Canções Para Beatriz’, seu segundo disco da carreira, trazendo uma ousada mistura de folk, indie e pop, já disponível em todas as plataformas digitais.

Aliás, em 2019, o artista foi um dos destaques da música brasileira, tendo seu primeiro disco, chamado ‘Estrangeiro’, na lista dos melhores álbuns do ano pelo Estadão. Com isso, a responsabilidade para seu novo trabalho também aumentou, porém, a qualidade se manteve no material de 2021.

Portanto, o ULTRAVERSO convidou Vítor Guima para falar sobre o lançamento da versão acústica da faixa ‘As Horas’, canção original do seu disco mais recente. Além disso, também conversamos sobre carreira, influências e expectativa para os palcos. Desta forma, acompanhe nosso bate papo:  

ULTRAVERSO: Vítor, o seu novo disco, ‘Canções Para Beatriz’, traz uma pegada folk, indie e pop. Com isso, acredita que o público está aberto a conhecer artistas mais ecléticos?

VÍTOR GUIMA: Eu tenho a impressão que os artistas super aclamados estão dentro de gêneros bem definidos. Porém, eu não posso reclamar nenhum pouco da resposta ao novo álbum, da aceitação que vem tendo. Contudo, desde o meu primeiro disco, chamado ‘Estrangeiro’ (2019), venho brincando com gêneros diferentes, misturando folk com toques de country, MPB e samba.

Mas, eu não sei dizer se o público está super aberto a isso, porém percebi que as pessoas tem gostado bastante de ‘Até Depois’, que é um samba, além de também curtirem ‘Beatriz’ e ‘As Horas’, que têm uma pegada mais pop rock, todas presentes no disco novo. Desse modo, fico feliz e satisfeito com a repercussão.

Recentemente lançou um versão acústica da faixa ‘As horas’, que faz parte do disco ‘Canções Para Beatriz’. Assim, o que cada uma das versões tem de especial para você? 

VÍTOR: A produção do disco foi do Eduardo Kusdra, ele está por trás de todo o som do trabalho e das novas versões que estou lançando das faixas. Construímos uma narrativa fechada para o álbum, sem backing vocals, pois era a história de uma pessoa cantando aquilo, foi o conceito que decidimos explorar.

Dessa maneira, a versão original da música ‘As horas’ tem bateria, piano, guitarra, baixo e trombone. Já na versão acústica inserimos percussão e coro de vozes, muito inspirado no disco acústico do George Michael, que somos muitos fãs. Mas é difícil dizer qual delas gosto mais, tenho carinho pelas duas.

Aliás, já existe algum outro lançamento programado para este ano?

VÍTOR: Estou prestes a lançar uma versão acústica da faixa ‘Beatriz’, que honestamente considero um dos melhores arranjos feitos pelo Eduardo Kusdra de um material composto por mim, tem percussão e vocais incríveis. Entretanto, esse trabalho será lançado apenas em 27 de agosto, nesta data a canção será disponibilizada em todas as plataformas digitais.

Seu primeiro disco, ‘O Estrangeiro’ (2019), esteve na lista dos 25 melhores álbuns do ano pelo Estadão. Como você avaliou esse reconhecimento?  

VÍTOR: Minha reação foi de alegria, pulei e dancei pela casa quando recebi a notícia sobre meu disco na lista dos melhores do ano. Com isso, considero que a crítica e a imprensa tiveram e tem um papel muito importante para o meio musical, no papel de mostrar a existência de novas vozes e de falar sobre elas. Assim, para a minha carreira especificamente, sou muito grato à crítica, meu primeiro disco foi bem avaliado e o segundo também está sendo, portanto sigo muito feliz com essa recepção positiva vinda deles.

Nesse sentido, ainda sendo um artista independente, como avalia os desafios que tem encontrado?

VÍTOR: É difícil ser independente mesmo, não é redundante quando as pessoas dizem isso, mas em compensação você tem uma liberdade criativa total, e isso eu acho muito valoroso. Porém, apesar de não ser fácil, seguimos na luta, e é assim que tem que ser para continuarmos produzindo.

Vítor Guima lançou em 2021 o disco ‘Canções Para Beatriz’, seu segundo trabalho autoral (Foto: Tião Rocha)

Pode dizer quais são as suas maiores influências musicais?

VÍTOR: Essa história da mistura musical que tenho no meu trabalho é super influenciada pelo Zeca Baleiro, que é um especialista na mescla de ritmos, e eu sou muito fã dele. Além disso, eu gosto muito de rock, pop, folk para caramba e também de samba, estas são as minhas principais referências musicais.

Em 2020, você lançou o livro ‘A Morte da Graça no Baile dos Erros’. Desse modo, de que maneira a sua paixão pela literatura influencia no seu trabalho de composição das letras musicais?

VÍTOR: Eu presto muita atenção nas letras e sou muito focado nisso. Nesse sentido, tenho o hábito de após escrever uma música, lê-la como se fosse um poema, e eu acho que tem imagens poéticas nessas letras. Portanto, para criar estas imagens minha relação com a literatura é grudadíssima. Assim, ao juntar a música com a poesia, tenho juntas duas partes que estão muito presentes na minha vida.

Uma outra faceta que tem é a de cineasta, sendo responsável pela direção do curta-metragem ‘Mônica’ (2017). Portanto, os seus videoclipes acabam tendo um cuidado maior?

VÍTOR: Com toda certeza, porém, o único clipe que eu dirigi mesmo foi o de ‘Movimento’, a maioria dos outros vídeos foram dirigidos pelo Armando Lima, comigo apenas sendo o produtor. Mas, nessa função acabo dando minha visão, de alguém que esteve em sets de filmagem. Com isso, acredito que minha experiência no cinema ajuda muito a pensar maneiras de executar esses videoclipes e se torna uma visão interessante.

Já estamos há mais de um ano com o showbiz praticamente paralisado. Dessa maneira, quais as suas expectativas para os retorno aos palcos?

VÍTOR: Meu planejamento para 2020 era lançar singles e fazer shows, o que acabou não sendo possível em decorrência da situação sanitária que estamos passando. Mas eu espero logo que as coisas se normalizem e tenhamos saúde, sinto que as pessoas estão carentes de arte. Nesse sentido, os músicos também estão sentindo falta do palco e de tocar para o público.

Enfim, acompanhe o Vítor Guima

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Maré do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Rafael Vasco

Um viciado em informação, até mesmo as inúteis. Com dois minutos de conversa, convenço você de que sou legal. Insta: _rafael_vasco
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