Watch Dogs Legion review jogo

‘Watch Dogs: Legion’ até inova, mas é repetitivo demais

Alex Rodrigues

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14 de janeiro de 2021

Depois do sucesso de seus dois antecessores, a Ubisoft decidiu inovar em Watch Dogs: Legion. Mas tudo que é novo tende a deixar o público com um pé atrás e nos perguntando: será que essa nova mecânica vai dar certo? Ainda bem que estávamos enganados.
A saber, em Watch Dogs: Legion, você pode ser qualquer pessoa da cidade. Isso mesmo. Cada cidadão dessa Londres de um futuro próximo pode ser controlado por você, basta recrutá-lo para a DedSec, organização de hackers que tem membros no mundo todo.

Aliás, cada um tem características e habilidades únicas que os difere de toda a população. Pelo que sabemos, os personagens são gerados por computador e ganham toda a sua personalidade, voz e atributos de maneira procedural. De fato, a diversidade é enorme!
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História

Watch Dogs: Legion começa com Dalton, um membro espião da DedSec em uma missão arriscada. Durante os primeiros minutos, você segue com ele em um tutorial básico e que te leva até o ponto chave da história.
O DedSec é formado por hackativista no mundo todo, mas que vem perdendo membros durante os anos. Ao final da primeira missão, você tem que hackear um servidor da Albion, uma empresa de segurança privada que foi contratada para proteger os cidadãos de ataques terroristas.
Ao final dessa primeira parte, um ataque acontece com várias bombas explodindo em diversas partes da cidade. O grande problema é que esse ataque foi atribuído ao DedSec. Sua missão é tentar limpar o nome do grupo enquanto tenta descobrir os verdadeiros culpados.
A Albion monitora a cidade inteira com soldados e drones patrulhando dia e noite. Todos os cidadãos são monitorados e isso deixa os moradores revoltados contra a empresa. Basta um empurrãozinho para que qualquer um entre na DedSec e te ajude na luta por liberdade.

Influência de ‘Black Mirror’?

Durante a aventura você vai se perguntar: quanto a tecnologia pode ser prejudicial para a sociedade? Quem assistiu Black Mirror vai sentir um pouco de semelhança durante os capítulos, já que cada missão parece ter saído da série. A tecnologia está presente em cada canto da cidade. Seja nas áreas abertas, públicas ou dentro de lojas, galpões ou qualquer outro lugar que você consiga se esgueirar.
No entanto, o grande diferencial do jogo acaba trazendo uma desvantagem. A história não é centralizada em você, já que é possível controlar qualquer pessoa na cidade. Quem conduz a narrativa são os dois membros do DedSec. A hacker que “te recruta” Sabine e a IA Bagley, que fala o tempo e tem um senso de humor apuradíssimo (será que esse é o segredo para a humanidade criar finalmente a IA perfeita?).
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Gráficos

É nítida a melhoria gráfica nos cenários. Você se sente dentro de Londres. Muitos londrinos ou pessoas que já passaram férias na cidade relatam que é tudo muito fiel. Ruas, assim como prédios, arquitetura, praças e muitos outros detalhes são fiéis ao local. Claro que com um toque a mais de tecnologia, já que o game se passa num futuro próximo.
Além disso, os carros também estão muito bonitos. Tem uma boa variedade de modelos, mas senti falta de um pouco mais. Depois de algumas horas você já vê quase tudo. Os personagens-chave do jogo tiveram uma melhora em comparação ao anterior, mas nem tanto. Mesmo nos consoles da nova geração ou em PCs potentes.
Já os personagens que você controla têm alguns problemas. Como eles são gerados automaticamente, você encontra algumas bizarrices, principalmente nos cabelos e barba. Algumas combinações de estilo são estranhas. Então, se você curte um visual estranho, pode achar legal, ou mesmo dar algumas risadas de algumas combinações. Por outro lado, as expressões faciais são boas, mas sem destaque.

Jogabilidade

A ação é um dos pontos chaves do Watch Dogs: Legion. Você pode enfrentar as suas missões de três maneiras: na furtividade, hackeando ou simplesmente metendo o pé na porta e atirando em tudo que se move. Claro que há missões onde é preciso usar uma técnica mais do que a outra. Por isso, o ideal é sempre buscar um operador mais qualificado para aquele tipo de confronto.
O combate corpo a corpo pode se tornar um pouco repetitivo, com golpes que serão usados com mais frequência, deixando outros de lado. Mas o tiroteio está presente, com armas leves e pesadas, incluindo uma que atira pregos.

Diferencial

Já a invasão hacker com gadgets pode ser mais atrativa, já que é um dos diferenciais do jogo. Afinal, são raros os games que tenham mecânica parecida. O spiderbot é uma das funções mais divertidas nessa categoria. É verdade que não tivemos muita inovação nessa mecânica em relação aos jogos anteriores. Mas, já que estava bom, de repente foi até melhor eles não mexerem.
Você também pode ser furtivo nos seus ataques, abatendo um oponente atrás do outro sem ser notado. Nesse sistema você pode, por exemplo, usar uma capa que te deixa invisível. Além disso, você tem uma passiva que oculta os cadáveres que você deixa pra trás. Afinal de contas, não dá pra ser furtivo deixando um rastro tão óbvio.
A saber, o game também disponibiliza alguns puzzles na hora de acessar alguns sistemas. Eles são bacanas, mas podem ser um pouco repetitivos dependendo de como você segue na história. Um outro diferencial é o permadeath. Assim, no início do jogo, é possível escolher se a morte dos operadores será permanente ou não. Isso traz um bom grau de dificuldade. Além disso, se você se apegar a algum personagem e der um passo errado, pode perder ele pra sempre.
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Áudio

O som, por sua vez, não tem grandes novidades. O áudio dos tiros, carros e ambiente são regulares, alguns reciclados dos jogos anteriores. Mas a equipe de desenvolvedores teve que enfrentar um grande obstáculo. Isso porque Watch Dogs: Legion é 100% dublado, com todos os personagens precisando de voz.
Claro que a Ubisoft não contrataria centenas de dubladores. Então, em português, você se depara com muitas vozes repetidas. Dessa forma, às vezes, personagens diferentes podem ter o mesmo dublador interagindo entre si. Isso pode quebrar um pouco a imersão no game e tirar o foco. Eles tentaram também modificar o tom de voz dos personagens, mas foi nítido o uso de técnicas de áudio para isso.

Ubisoft e seus bugs

Não seria Ubisoft se o jogo não estivesse com alguns bugs. Praticamente todos jogadores experimentaram alguns problemas e glitchs, como NPCs correndo na parede, caixa de colisão atravessando objetos, personagens que caem dentro do chão e sobem sozinhos, veículos que não se comportam como deveriam (ou que andam sem motorista!), por exemplo.
Não é nada muito alarmante, mas eles estão lá. Provavelmente não vai impactar negativamente no seu gameplay e arrancar algumas risadas de repente. Alguns jogadores de PC tiveram crashs durante o jogo e isso realmente pode causar frustrações.

Veredito

Watch Dogs: Legion é bom, diverte e tem uma mecânica nova que vale a pena explorar. Contudo, com o tempo algumas coisas se repetem. Poderia ter mais conteúdo diferenciado. Por exemplo: existe um podcast que você pode ouvir enquanto joga. Mas depois de um tempo você simplesmente quer zerar o jogo. O game tem microtransações, mas, por enquanto, só estética.
Vale a pena comprar? Pelo preço que está hoje eu diria que não. A não ser que você seja fã da franquia. Eu esperaria uma promoção da Epic ou da uPlay pra adquirir o seu game. Se você curte comprar o game físico, sugiro o mesmo.

TRAILER

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Alex Rodrigues

Vamos bater um papo sobre games e coisas do bem! Contato: sr.alexrodrigues@gmail.com / @alexsandrers / alexr_rodrigues
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História

Créditos Galáticos: 8

Jogabilidade

Créditos Galáticos: 8

Diversão e Imersão

Créditos Galáticos: 8

Gráficos

Créditos Galáticos: 9

Trilha Sonora

Créditos Galáticos: 7

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