CRITICA| ZÉ RAMALHO E BANDA Z CATIVAM PÚBLICO EM SÃO PAULO
Laura Udokay
|13 de março de 2016
No sábado (12), aconteceu, no Espaço das Américas, em São Paulo, show de Zé Ramalho em nome da turnê “ZÉ RAMALHO TOUR 2016”. A estreia foi no Rio de Janeiro e seguiu para São Paulo. Além da capital paulista, terá passagens por Cascavel (PR); Curitiba (PR); São Carlos (SP); Palmas (PR); Uberlândia (MG); Ipatinga (MG); Belo Horizonte (MG).
O cantor e sua Banda Z se apresentaram brilhantemente em um espetáculo direto, bem-amarrado e sem atrasos expressivos. Embora Zé Ramalho pouco interagisse com o público, se portou sempre simpático, conduzindo show e regento as pessoas de maneira alegre. Admiradores fiéis o receberam com ovação e frenesi assim que as cortinas se abriram enquanto os músicos iniciavam um instrumental de recepção com influência Pink Floyd.
Suas criações têm a mistura regional de elementos nordestinos, inspirações da Jovem Guarda, pitadas de Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, Raul Seixas e especialmente Bob Dylan. Tudo isso fica evidente durante todo o show, e é um agrado para os ouvidos.
Esse paraibano enigmático e dono de uma bagagem quase mística e repleta de simbolismo, inaugura o espetáculo com seu timbre inconfundível e portentoso. ‘O Que é, O Que é’, de Gonzaguinha, marca a abertura. ‘Galope Rasante’ dá a sequência e ‘Kryptônia’ é a terceira, vale dizer que é uma letra muito emblemática, como boa parte de suas criações, certamente.
Dentre grandes sucessos, como ‘Vila do Sossego’, ‘Chão de Giz’ e a conhecidíssima ‘Admirável Gado Novo’ (música que ganhou fama por ter sido a abertura da novela O Rei do Gado, exibida pela Rede Globo em 1996), foi recebida com entusiamo e saudosismo pelo público. Já na metade do show, Zé Ramalho canta duas de Raul Seixas: ‘Gita’ e ‘Medo da Chuva’, acompanhadas com energia, também.
Mas antes dessas famosas de Raulzito e a anterior “novelesca”, o cantor vai de ‘Avôhai’, que, aliás, merece uma breve explicação: composta, segundo relatou o músico, de forma quase instantânea. Sua criação deu-se devido à uma combinação de cogumelos alucinógenos cujo resultou em um tipo de revelação pessoal. Assim sendo, ‘Avôhai’ é um neologismo autoral do cantor e significa: avô e pai. Quando Zé Ramalho a entoa, seu fãs mais íntimos com seu repertório já a acolhem com gritos de entusiamo.
Quando próximo ao fim do espetáculo, o artista, em tom afetuoso, se despede de seu público e apresenta seus companheiros de palco, os músicos da Banda Z. Pouco depois de sair de cena, Zé Ramalho surpreende ao retornar com mais duas saideiras: ‘Sinônimos’ e ‘A Vida do Viajante’, de Luiz Gonzaga.
Show objetivo e cativante, sem tumulto, boa organização e recepção para o público. E, com certeza, com os habituais preços salgados que cobram os estacionamentos em derredor.
Fotos: Alan Alves (Todos os direitos Reservados)