Who Am I – No System Is Safe | Filme alemão versa sobre a busca da identidade na era da informação
Giselle Costa Rosa
O techno-thriller Who Am I – No System Is Safe se passa em Berlim, Alemanha. O filme conta a história de um jovem hacker, Benjamin (Tom Schilling), que no mundo real é um rapaz sem iniciativa. No entanto, ele guarda seu lado badass quando posto atrás de um computador, tornando-se uma espécie do que pode se chamar de mago da tecnologia. Suas habilidades combinadas com seu talento chamam a atenção de um grupo de hackers que estão dispostos a integrá-lo à “gangue”.
O filme, do diretor suíço Baran bo Odar, recomendado pelo site Variety como um dos 1o diretores que devem ser assistidos, exibe hackers realizando truques e macetes com apenas um estalar de dedos, conseguindo facilmente aquilo que desejam, desde aprontar com os agentes federais à manipular um mercado de ações e as consequências disso.
A trama foca em Benjamin, um jovem nerd de vinte e cinco anos de idade, faz jus ao adjetivo: no jeito de vestir, poucos amigos, e, definitivamente, sem namorada. O que chama atenção nele é o talento espantoso para todas as coisas digitais. Sua atividade online chama a atenção do Max (Elyas M’Barek), sujeito carismático, um aspirante a revolucionário que anseia por “hackear o mundo”, mas precisa de habilidades prodigiosas de Benjamin.
Enquanto Max é sinônimo de festas, drogas e sexo, Benjamin é introvertido, querendo apenas fazer parte de algo. Seduzido pelo sentimento pertencimento, ele irá se juntar a uma equipes com os também prodígios Stephan (Wotan Wilke Möhring) e Paul (Antoine Monot, Jr.) para formar uma espécie de coletivo hacker CLAY (Clowns Laughing @ You). O grupo infiltra-se em sistemas de segurança internacionais em prol de uma justiça social. Com isso conseguem chamar a atenção do Serviço Secreto Alemão, Europol e de um hacker rival sinistro que vê este coletivo como uma ameaça a ser eliminada. Benjamin então começa a repensar se esse pertencimento é válido a qualquer custo.
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Tom Schilling, o protagonista da produção, tem estrada como ator e trabalhos elogiados pela crítica, como em ‘Oh Boy’, também conhecido como “A Cofffe in Berlim’, filme indie premiado, vencedor do German Film Awards 2013 (Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Filme). O nome do filme foi uma homenagem do jovem diretor Jan Ole Gerster – que vem sendo comparado a Woody Allen e Jim Jarmusch – aos Beatles, relembrando uma passagem dos versos da música “A Day in the Life”.
A trilha sonora de Who Am I – No System Is Safe traz destaques como Boys Noize, projeto do músico de house do produtor alemão DJ Alexander Ridha, que já fez remixes para faixas do Feist, Depeche Mode, Bloc Party e Kaiser Chiefs. E DJ’s como 2 Many DJ’s, Erol Alkan, Justice tocam faixas dele. Os britânicos Royal Blood, com sonoridade pesada e ruidosa, também emplacaram música no filme. Antes mesmo de lançarem seu primeiro single, já estavam recebendo apoio do Matt Helders, o baterista do Arctic Monkeys. No álbum de estreia a banda conseguiu chegar no primeiro lugar do top de vendas do Reino Unido.
Talvez o filme faça uma “glamouralização” do nerd. Até porque nos dias de hoje ser um nerd da computação não carrega mais aquele rótulo pejorativo de alguns anos atrás. O sujeito é visto como símbolo de status e poder, vinculado ao ganho de muito dinheiro, mesmo que isso não lhes garanta popularidade. Basicamente é uma história sobre a busca da identidade na era da informação.
Confira os vídeos da músicas “Alarm” do Boys Noize e “Out Of The Black” do Royal Blood inseridas no filme.
No Brasil, o filme não estreou nos cinemas, sendo lançado diretamente em DVD com o título Invasores – Nenhum Sistema Está à Salvo e pode ser assistido na plataforma streaming HBO Go, clicando aqui.
::: TRAILER
Giselle Costa Rosa
Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.


















































