Crítica de Filme | Osso Duro

Rafael Mendonca

”Osso Duro” é a nova obra do diretor Ernie Barbarash, que pelo jeito gosta de colecionar apenas filmes ruins e medianos em sua filmografia, e Osso Duro não escapa destes adjetivos, e sim, nem mesmo a presença saudosista de Van Damme consegue erguer o filme à um patamar mais alto.

A ideia é inicialmente diferente: Deacon (Van Damme), tem marcado um transplante de rim que irá doar à sua sobrinha que corre risco de vida, mas na noite anterior do transplante ele sofre um sequestro e roubam justamente o orgão que iria ser doado, sabendo disto, inicia-se uma caçada vingativa.

Esqueça os clássicos filmes de Van Damme dos anos 80, Osso Duro nos entrega um longa em que praticamente todos os seus aspectos são falhos ou pífios.

Dentre eles: não há uma ‘química’ entre os personagens e suas atuações beiram a vergonha alheia, não há sequer um ”pingo” de identificação que possamos passar a sentir ao meio do filme, e dentro disso, sequer nos importamos com o que possa acontecer à eles.

As coreografias das poucas lutas são representadas de forma chula, salve mínimas exceções, e a interpretação de personagens secundários e principalmente figurantes são absurdamente toscas, tirando Jonh Ralston que junto a Jean-Claude, se esforçam para entregar algo diante das limitações da obra.Untitled-2

É entendível que a atenção na ‘atuação’ sobre figurantes nunca é o foco de um filme exatamente, pois o papel deles é outro obviamente, ficando na maioria das vezes ao fundo da cena, mas neste filme, eles a roubam, embora seja no mal sentido. Os figurantes executam suas ‘pequenas e breves atuações’ que ao serem mostradas em tela, no mínimo nos proporciona risos, é uma falta de entrega total à obra, alias, se você leva um tiro de uma arma calibre doze no meio do seu peito, o que se espera é que seu corpo pelo menos saia do lugar certo? Aqui não, Kristen Stuart morreria melhor, e como dito, isso tira (ainda mais) seu interesse pelo filme.

Mas as resalvas ainda não chegaram ao fim.

O ‘chroma-key’ do filme é péssimo (técnica de sobrepor uma imagem à outra, resumindo, fundo verde para a maioria dos efeitos especiais), é nítido sua utilização, como por exemplo, um momento em que Van Damme está num caro e sua imagem aparece literalmente recortada sobre a cena!

A direção não possui velocidade e habilidade, e sua montagem não acompanha as cenas de ação, nem os carros em sí a possuem (velocidade), pois na única cena de perseguição existente no longa, passa a impressão de que o veículo viaja a cinco ou no máximo dez quilômetros por hora.

Diante de tudo isto, finalizo, ”Osso Duro” é descartável.


FICHA TÉCNICA
Título no Brasil: Pound of Flesh
Título Original Pound of Flesh
Ano de Lançamento 2015
Gênero Ação
País de Origem Canadá
Tempo de Duração: 104 minutos
Direção Ernie Barbarash

Rafael Mendonca

0