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Documentário do ‘Barões da Pisadinha’ mostra o sonho, mas não nega a realidade

Wilson Spiler

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28 de junho de 2021

O Amazon Music lança, a partir desta terça-feira (29), o mini documentário dos Barões da Pisadinha. Para quem não conhece o grupo, trata-se de um dos maiores fenômenos pops do Brasil. O grupo de forró, que surgiu em 2015 e começou a ganhar certa fama a partir de 2018, principalmente pelos lados do Nordeste, explodiu em 2019, depois que o atacante Neymar publicou um vídeo nas redes sociais dançando o hit “Tá Rocheda”.
Daí pra frente, a dupla assinou com a Sony Music e emplacou duas músicas no top 50 global do Spotify. Ou seja, goste ou não de forró, é inegável que os caras são um verdadeiro fenômeno.
De acordo com os próprios integrantes, a “pisadinha” é uma mistura baseada em xote, misturada com o samba e a vaneira (do Rio Grande do Sul). O ritmo é marcado por passos arrastados e mãos posicionadas junto ao corpo. Em suma, uma derivação do forró tradicional, mas com batida mais rápidas, propondo uma dança solo. O nome “piseiro” deriva da designação do sítio onde se dança a pisadinha.

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Da Roça para a Cidade

O documentário intitulado Da Roça para a Cidade: A Ascensão dos Barões da Pisadinha não difere muito do que vemos em outros filmes do gênero. No curta-metragem de 30 minutos, vemos a ascensão da dupla Rodrigo Araujo Neves (voz) e Felipe Santana Mota (teclado), que revisitam as cidades de Heliópolis e Ribeira do Amparo, ambas na Bahia, onde onde cresceram.
O interessante no filme é mostrar que, mesmo vivendo do forró, a dupla tem origens musicais diferentes. Felipe, por exemplo, aparece, em determinado momento, tocando um belo “Sultans Of Swing”, sucesso do Dire Straits, em sua guitarra.
A mudança das cordas para o teclado partiu de uma sugestão da mãe, que tinha visto um músico tocando sozinho utilizando apenas o referido instrumento e conseguindo simular uma banda completa. O filho acatou a dica e aprendeu a tocar sozinho, apenas assistindo vídeos. Esse incentivo, aliás, também foi primordial para Felipe prosseguir na carreira, que demorou a dar frutos.
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Sonhos e realidades

É emocionante também – ainda mais para quem é músico – ver o início de tudo, assim como os obstáculos, a perseverança e a simplicidade da dupla. Por outro lado, também mostra a dura realidade da carreira. Afinal, mesmo com tanto sucesso, Felipe, por exemplo, conseguiu “apenas” comprar uma casa para a mãe, mas ainda não tem a própria residência.
A reclamar, apenas, da captação do áudio em determinados momentos. Em alguns depoimentos, a voz não parece bem microfonada, deixando vazar som ambiente. Em outras partes, a música também parece “brigar” com o que os depoentes falam, provocando um pouco de dificuldade para entender o que está sendo dito.
No entanto, o documentário do Barões da Pisadinha mostra que, sobretudo, é preciso ter resiliência (para ficar na palavra da moda). Ainda mais num Brasil – e principalmente no Nordeste – de tantos sonhos e tristes realidades.
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Ficha Técnica do documentário do Barões da Pisadinha

Estreia: ter, 29/06
Onde assistir ao documentário do Barões da Pisadinha: Amazon Music, YouTube

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
8
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 8

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