Bienal do livro RJ | Will Conrad dá conselhos para quem quer ser quadrinista

Vanesca Soares

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6 de setembro de 2015

O quadrinista brasileiro Will Conrad esteve na Bienal do Livro do Rio neste sábado, 05 de setembro. Ele participou da programação do Cubovoxes, onde falou sobre sua carreira e conversou com fãs e pessoas interessadas em quadrinhos.
Will Conrad 2
Will Conrad – nome real Vilmar Conrado – é nascido e criado em Belo Horizonte, Minas Gerais, mas sua persistência e amor pelos quadrinhos o levaram a conquistar o mundo. Já trabalhou com grandes nomes do mundo dos quadrinhos e para as grandes empresas americanas Marvel, DC Comics e Dark Horse Comics. Segundo ele, foi o único brasileiro que já trabalhou diretamente com Stan Lee, o que lhe dá muito orgulho.
Mas quem o vê hoje com sucesso, fazendo o que gosta e desenhando para as grandes empresas de quadrinhos não sabe o quanto este caminho foi difícil. Will contou aos fãs que pertencia a uma tradicional família mineira, onde todos tinham empregos no ramo da advocacia, funcionalismo público etc. E por conta disso, não foi fácil para seus familiares aceitar a escolha profissional do filho, que passava o dia desenhando. “Dá para compreender a preocupação deles”, afirmou.
Will Conrad 1
Com muita perseverança, estudo e acreditando em si mesmo, Will seguiu em frente, tentando entrar no mundo dos quadrinhos de qualquer maneira. “Eu era muito chato. Mandava meus desenhos para todo mundo. Qualquer oportunidade que eu tinha, aproveitava”, afirmou. Lembrando que no começo de sua carreira não havia internet e que ele enviava desenhos para os editores via correio e fax. Mas o mundo dá voltas e hoje ele é reconhecido por seu trabalho. Até a família mudou de ideia sobre seu “emprego” e se orgulha de Will.
Will Conrad contou que começou a desenhar aos 6 anos, fascinado pelos quadrinhos de Maurício de Souza. Tanto que até criou um personagem baseado no Cebolinha, onde ele era uma espécie de super-herói. Mas foi com muito estudo que Will conseguiu aperfeiçoar seu traço e chegar onde chegou.
 
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O quadrinista afirmou que assim como qualquer outro mercado, o mundo dos quadrinhos não é fácil para quem quer conquistar seu lugar. Segundo ele, as editoras, principalmente não Brasil, ainda não perceberam a importância desta arte. “As editoras precisam reconhecer mais o quadrinho como um produto cultural”, afirmou. Disse também que o alto preço das revistas e a pirataria são outros problemas para a consolidação do mercado de quadrinho brasileiro. “As editoras precisam lidar com os quadrinhos com mais seriedade. Falta promoção, publicidade mesmo para que o mercado brasileiro cresça”, lamentou.
Will Conrad deu conselhos para quem quer ser quadrinista. Afirmou que é muito importante estudar a profissão e o traço de outros profissionais até que se consiga elaborar seu estilo. Além disso, afirmou que para seguir em frente na carreira é preciso amar intensamente o que faz, para que não desista no primeiro percalço que aparecer. É preciso também criar uma rotina de trabalho e estudo diária. E principalmente, fugir dos elogios dos leigos. Somente quem está no mercado pode avaliar de verdade seu trabalho.
E foi com muitas fotos que ele se despediu dos fãs nesta tarde de sábado.
 
 
 
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Vanesca Soares

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