CRÍTICA | ‘A Barraca do Beijo’ diverte tentando fugir de clichês adolescentes

Giovanna Landucci

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5 de agosto de 2018

A Barraca do Beijo é uma comédia, mas podemos considerar um “drama”, por que não? Afinal, qual adolescente não viveu aqueles momentos de amor platônico, onde aquele crush não lhe dava a menor bola? Porém, esse longa supera esses temas e traz alguns outros elementos, como a amizade acima de tudo, lealdade entre amigos e promessas cumpridas.

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A trama, apesar do título, não tem tanto a ver com o beijo em si, e essa “barraca do beijo” é só um elemento divertido que aparece de súbito para unir personagens que tinham uma barreira que os atravessava. O amadurecimento é o ápice da história, que traz como mote exatamente aquela fase infanto-juvenil, mostrando a passagem das bobagens infantis ao mundo adolescente. Lançado em maio pela Netflix, o longa-metragem estrelado por Joel Courtney, Joey King e Jacob Elordi, pega um tema que é universal e faz uma atualização trazendo drama e diversão com dosagem na medida certa!

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A Barraca do Beijo começa contando de maneira bem simples e rápida, como se fosse a leitura de páginas de um diário narrado por Shelly Evans (interpretada por Joey King) sobre sua amizade que vem desde o nascimento, infância, até o momento atual do filme, com Lee Flynn (vivido por Joel Courtney) . Suas famílias são amigas e os dois compartilham muitos momentos da infância e juventude juntos. São verdadeiros amigos inseparáveis.

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Até que um dia, Shelly percebe que está apaixonada por Noah (Jacob Elordi), irmão mais velho de Lee, o típico fortão que livra o menor das encrencas (e isso o irrita muito), e que é, além de valentão respeitado, o super popular e querido das meninas da escola, que o idolatram. Quando ela percebe sua paixão, decide não investir muito nisso, até porque exitem regras entre a amizade deles e namorar com o irmão dele é uma delas.

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Esse impasse existe, mas ela ignora a situação até que as meninas mais populares da escola a abordam exatamente por ela ser próxima de Noah, já que ele está sempre rondando ela e seu irmão. A tal “barraca do beijo” presente no título, então, surge para adocicar essa drama adolescente e trazer algumas situações cômicas.

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Sim, poderia ser um filme clichê ao estilo como outras produções adolescentes que costumamos ver, mas esta traz um peso e significado maior para cada tema abordado. Melhores amigos se beijando, o primeiro beijo ser catastrófico entre melhores amigos, esse tipo de situação tão comum em filmes do gênero, não acontece aqui.

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A história poderia permear sobre amor e romance adolescente, mas o tema principal é a forte amizade entre esses dois protagonistas e o sentimento de quem cada um deles deseja ser. Aí entram os dramas existenciais e os entendimentos sobre a consequência de seus atos e escolhas, como, por exemplo em uma cena onde Shelly mente para seu melhor amigo e não gosta nada de quem se tornou com aquela leve mentira. Os meninos também tem seus dramas internos e conflitos. Lee, com a imagem de fortão e popular, quer ser muito mais que isso e revela um lado seu a Shelly que ninguém conhece. O conflito entre o irmão protetor mais velho e o mais novo, que sente que vive à sua sombra e questiona sua própria identidade, também toma força no contexto.

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A qualidade do elenco, o formato da trama e a boa direção, com cores alegres e bastante alto astral, saem do clichê “High School” e trazem um perfil divertido para o filme. Encontramos em A Barraca do Beijo, um bom roteiro que mostra que tudo poderá ficar bem no final, retratando genuinamente o que é ser adolescente com uma leveza e um gosto doce do beijo de seu primeiro amor.

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::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: The Kissing Booth
Distribuição: Netflix
Data de estreia: qui, 11/05/18
Direção: Vince Marcello
Elenco: Joey King, Joel Courtney, Jacob Elordi
Produção: Netflix
País: Estados Unidos
Gênero: Comédia
Ano de produção: 2017
Duração: 105 minutos
Classificação: 12 anos

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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