CRÍTICA | A Sereia: Lago dos Mortos

Paulo Cardoso Jr.

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30 de janeiro de 2019

A Sereia: Lago dos Mortos (The Mermaid: Lake of the Dead) empolgou muito mais pelo trailer apresentado do que propriamente pelo filme.

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Do diretor Svyatoslav Podgaevskiy, o mesmo de “A Noiva” (2017), parece ser a repetição de um roteiro muito batido e sem inovação, que fica ainda pior com a dublagem para o inglês. Sim, trata-se de mais um filme russo que é dublado para o inglês, o que faz algumas cenas parecerem pior do que (imagino) que realmente são. Por que não deixar o filme no idioma da produção e apenas legendá-lo para o português como vemos nas produções americanas, francesas, espanholas, argentinas etc? Ainda em cartaz temos o filme “Creed II”, que tem em seu elenco um núcleo americano formado por Rocky Balboa e companhia, e outro formado por Ivan Drago. Este último aparece sempre falando russo com legendas e ficou ótimo! Imagine alguém dublando o ator? Não faz sentido.

Passada essa primeira decepção, que percebemos logo nos primeiros minutos, somos apresentados a um conto de fadas russo que fala sobre uma figura feminina que hipnotiza os homens e acabam levando estes ou seus entes mais queridos para as profundezas da água. A semelhança com as sereias parou por aí, pois, apesar da história, tudo é muito raso e nada é explorado adequadamente. A lenda envolvendo a “sereia”, os argumentos de como os personagens foram parar naquela casa no meio do mato, longe de tudo e de todos, até um hospital que é mostrado deserto, sem um médico, uma enfermeira, um paciente, tudo para justificar um “clima de suspense”.

Foto: Paris Filmes / Divulgação

Os clichês estão todos presentes em A Sereia: Lago dos Mortos, você vai reconhecê-los um por um: portas rangendo, cenas de suspense com música de fundo aumentando até o clímax, reflexos de espelhos, cenas de banheira, vestiários enormes com somente uma pessoa no chuveiro, enfim, estão todos ali. Somos enganados até na proposta do filme, pois todos sabem que sereias são seres metade mulher e metade peixe, e não almas penadas amaldiçoadas.

Enfim, assim como “A Noiva”, A Sereia: Lago dos Mortos é mais uma obra genérica do diretor Svyatoslav Podgaevskiy, que ainda não conseguiu empolgar com seu estilo de terror. Talvez se tivesse escolhido uma outra protagonista para o filme, seria mais bem-sucedido, porque a musa é a mesma nas duas produções: Viktoriya Agalakova. E assim como no seu trabalho anterior, a personagem entra para resolver problemas que não são seus e acaba sofrendo as consequências. Entre mortos e feridos fica difícil saber o que sobreviveu.

Apesar de tudo os efeitos visuais são bons e não chega a ser um filme trash. Mesmo sabendo que os sustos são previsíveis, não tem como não se assustar em alguma hora por conta do alto volume e as variações bruscas de som. Querendo assistir no cinema, fique à vontade, mas por sua própria conta e risco. Até a próxima.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: The Mermaid: Lake of the Dead
Direção: Svyatoslav Podgaevskiy
Elenco: Viktoria Agalakova, Efim Petrunin, Sofia Shidlovskaya
Distribuição: Paris
Data de estreia: qui, 31/01/19
País: Rússia
Gênero: terror
Ano de produção: 2018
Classificação: 12 anos

Paulo Cardoso Jr.

Jornalista formado pela PUC-RJ e Pós Graduação em "Comunicação com o Mercado" pela ESPM-RJ.
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