Crítica de Anime | Cavaleiros do Zodíaco – Soul of Gold

Stenlånd Leandro

Há um certo paradoxo quando algo se trata do espaço e tempo relativo a tudo que se passou, se passa e se passará no desenho dos Cavaleiros do Zodíaco. Desde os primórdios, aprendemos que, Seiya foi e sempre será o maior cavaleiro de Atena de todos os tempos, ao lado de Aiolia e Aiolos. Só que, não existe Saint Aiolos ou Saint Aiolia, mas Saint Seiya, e esse coro que existe há mais de 2 décadas, chegou ao ‘fim’ de certa forma.

Não existe mais o famoso grito da galera: “SEIYA, Salve Atena”!!! A coisa agora mudou. Houve uma certa expectativa e curiosidade, e quando não se podia mais esperar, finalmente no dia 10 de abril de 2015 foi lançado o novo anime de Saint Seiya /  Cavaleiros do Zodíaco… Saint Seiya – Soul of Gold. Sim, foram 13 episódios em 5 meses, 2 episódios por mês aproximadamente.

Na verdade, sou um fã de Cavaleiros do Zodíaco e não fazia ideia de qual seria a história de Saint Seiya: Soul of Gold, apesar das imagens bem nítidas que não haveria muito mimimi “ATENAAAAAAAAAAA” e ao mesmo tempo em que eu estava empolgado para ver um anime da franquia com os cavaleiros de ouro clássicos como protagonistas por outro lado tinha um grande receio de mexerem com uma história fechada. Não houve muito isso, e assim como acertaram a franquia de Velozes e Furiosos, nesta série, que acontece e paralelo com a saga de Hades (Enquanto Seiya e os outros estão nos Campos Elisios em busca de Hades), 12 cavaleiros de ouro ressurgem do nada para mais uma vez, terem vínculo com Asgard e entrarem num embate meio alucinado contra outro Deus Asgardiano.

A história começa do ponto em que os cavaleiros de ouro derrubaram o Muro das Lamentações na saga de Hades sacrificando suas vidas, mas misteriosamente Aiolia aparece vivo em Asgard e a partir daí o primeiro episódio se desenvolve com lutas, algumas situações vergonha-alheia e um estranho enfraquecimento do poderoso leão dourado.

Existem sim, certas experiências de vida que te marcam profundamente, sobretudo na infância. Assistir Cavaleiros do Zodíaco com os personagens padrões (Nada de Lost Canvas e Ômega), estamos realmente falando de todos os ícones que aprendemos a idolatrar e endeusar, se tornou sim, uma dessas experiências marcantes. Não há como projetar um futuro quanto a Masami Kuromada criar uma nova história de nossos ídolos. Nem sequer continuar o que já deveria ter aparecido sobre o filme Prólogo do Céu.

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O visual de todo o seriado ficou impecável, alias, o vilão principal – Andreas – também agradou muito. Faltou certa maturidade de alguns personagens, até mesmo em sua criação, ainda que fossem cavaleiros de ouro. Cavaleiros do Zodíaco sempre funcionou desta forma para toda a geração que nasceu antes de 1990: um desenho animado que tinha sangue, batalhas, armaduras bonitas, horóscopo, personagens carismáticos e mais um pouco de sangue. Não vemos o mesmo sangue jorrar, e até que vejo isso por um lado positivo, mas as crianças de hoje, estão muito mais acostumadas com o sangue no cotidiano.

O anime foi desenvolvido no formato ONA (Original net animation), uma nova forma de distribuição adotada atualmente no Japão para promoção de animes, equivalente ao OVA contudo, aproveitando essa crescente de conteúdo via Web do momento.

A história final é bem interessante e ajuda a criar um cânone só para o anime, e há um elo onde mostra como as armaduras de ouro foram parar no Elísios e pudemos ver Shun de Armadura de Virgem, Seiya de armadura de Sagitário e por ai vai. Sim, ai vem o famoso pulo do gato, que no início do anime, todos pensaram que seria um mini furo de roteiro, afinal, como a história se passa DURANTE a Saga do Hades – Elísios, como as armaduras de ouro estão a disposição, sendo que foram enviadas para os Campos Elíseos por Poseidon? E… COMO A ARMADURA DIVINA APARECE SEM SANGUE DE ATHENA? Essas perguntas foram todas respondidas durante os episódios e de forma primorosa.

Por fim, Saint Seiya – Soul of Gold (Cavaleiros do Zodíaco – Alma de Ouro) foi uma linda forma de recobrar nossa memória dos clássicos que há muito cairam

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!

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