Crítica de Filme | Golpe Duplo

Stenlånd Leandro

Apesar de não ser um ator tão bom assim, Rodrigo Santoro tem sido destaque em comerciais nacionais de Golpe Duplo, que estreia nesta quinta-feira (12/03). E se Will Smith tem colecionado tranqueiras recentes em sua carreira, assim como outros artistas (Nicolas Cage e Denzel Washington que o digam), fica difícil apontar bons atores que um dia já tiveram seus 15 minutos de fama.

Golpe Duplo, que a principio não instiga muito a ida ao cinema, até que se prova um filme mediano. Do início até a cena da aposta na área “vip” do jogo de futebol, o longa flui sem esforços e prende a atenção do espectador. Will Smith, que no longa esta sarcástico e cômico, acaba conduzindo a grande dramatização do roubo com estilo de vida glamouroso, riqueza e carisma, por meio da bandidagem e dos ensinamentos à personagem da estonteante Margot Robbie.

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Estilo de vida glamouroso, riqueza e carisma

Eles se apaixonam loucamente, mas conhecem o perigo do amor em um mundo de mentiras e trapaças. Anos depois, o casal se reencontra e o passado volta a assombrá-los. Golpe Duplo volta a comprometer a carreira de Will Smith (mesmo o longa tendo ficado em primeiro lugar em sua semana de estreia nos EUA), o que só deveria ensinar o ator a escolher um melhor roteiro e melhores diretores. Um detalhe interessante é que os dois protagonistas do longa estão, neste momento, gravando juntos o longa “Esquadrão Suicida”.

Golpe Duplo é um tanto cômico, lembrando o longa “Ladrão de Diamantes”, com Pierce Brosnan e Salma Hayek, e, de um certo ângulo, não há como fazer muito por esse filme senão dar ao mesmo uma análise mista. Aliás, a falta de menção ao brasileiro Rodrigo Santoro, que é um dos protagonistas, descaracteriza um bocado o longa. Com seu papel mais frio que um cadáver de cobra em “300”, crê-se que aqui também não teria boa desenvoltura. Santoro está desenvolto no longa, mas seu personagem é mal desenvolvido, pois não abrange a densidade que poderia ter.

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Rodrigo Santoro está desenvolto, mas personagem poderia ter maior densidade

Dirigido pelos ‘amadores’ Glenn Ficarra e John Requa, do divertido “Amor à Toda Prova”, o longa tem como mérito o fato de não se prender a um só gênero. Tem humor, romance, ação e suspense. A trama é envolvente e os atores parecem muito confortáveis em seus respectivos papéis.

Não há realmente qualquer virada dramática para os personagens, e os tumultos de seus relacionamentos no final das contas não fazem tanto sentido assim, provando que o roteirista não soube amarrar a trama no final. O filme não é tão inteligente como se espera, mas os fãs dos atores do longa têm tudo para se divertir com a película, afinal, Golpe Duplo até tem seu lado interessante. Quem gosta de personagens complexos vai curtir todo um leque de personagens moralmente corrompidos. Não existem inocentes. São todos, de certa forma, vilões, lembrando o que está por vir em “O Esquadrão Suicida”.

BEM NA FITA: Algumas cenas cômicas e o início do filme.

QUEIMOU FILME: Roteiro cansativo em boa parte do filme com uma reviravolta nada a ver fazendo o filme ganhar um novo início.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
Título original: Focus
Gênero: Suspense
Direção: Glenn Ficarra, John Requa
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Elenco: Adrian Martinez, Andrew Sensenig, Armando Leduc, BD Wong, Billy Slaughter, Brennan Brown, Cacilie Hughes, Candice Michele Barley, Chip Carriere, Christopher Heskey, David Jensen, Dominic Fumusa, Don Yesso, Gerald McRaney, Griff Furst, Han Soto, James Rawlings, Joe Chrest, Juan Minujín, Justin Lebrun, Kate Adair, Laura Flannery, Margot Robbie, Nicoye Banks, Nina Leon, Olga Wilhelmine, Patrick Kearns, Paula Shreve, Rebecca Collins, Robert Taylor, Rodrigo Santoro, Stephanie Honore, Stephanie McIntyre, Thomas Francis Murphy, Tom Bui, Will Smith
Produção: Denise Di Novi
Fotografia: Xavier Grobet
Montador: Jan Kovac
Trilha Sonora: Nick Urata
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 12/03/2015 (Brasil)
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Kramer / Zaftig Films

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!

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