Crítica de Filme | Terremoto – A Falha de San Andreas
Anderson Vidal
Pelo que eu me lembre, desde o filme 2012 não temos um grande filme catástrofe, tirando uma ou outra tentativa de tornado que não conseguiu.
Com Terremoto: A Falha de San Andreas, temos um grande e poderoso filme catástrofe de nos encher os olhos.
Explicando rapidamente o que é Falha de San Andreas (ou Santo André para os brasileiros), é uma falha geográfica que se prolonga por 1290 km através da Califórnia, onde as placas tectônicas não estão alinhadas, e é onde ocorre grandes e devastadores sismos (tremores de terra, terremoto), e dependendo de sua forca, pode devastar toda a cidade, a deslocando e criando uma ilha para o que restar.
No longa, Ray (Dwayne Johnson) trabalha no resgate dos bombeiros e está enfrentando um divorcio com Emma (Carla Gugino), logo após a morte de sua filha mais nova. E ao descobrir que Emma pretende morar com seu novo namorado milionário, Daniel (Ioan Gruffudd), Ray decide assinar os papéis. Porém, quando os terremotos começam a atingir a cidade, Ray tem que salvar sua ex-esposa e a sua filha mais velha Blake (Alexandra Daddario), que se encontra em São Francisco com Daniel.

Como nota-se, o enredo familiar é o que move todos os filmes desse gênero, porém aqui o que me chamou muito a atenção, e me agradou bastante, é a forma bem construída dos relacionamentos dos personagens e como isso vai se desenvolvendo ao decorrer do filme. Talvez o que ajuda nisso é o trabalho incrível de todos os atores envolvidos na trama, em especial a Alexandra Daddario, que está com o seu melhor desempenho desde que me lembre. E mesmo com os clichês que são aplicados com esse enredo, nada compromete a nos envolver com a grande química que ocorreu. E os personagens, diferentes de outros filmes do gênero que são ingênuos e cometem erros do tipo: “Não entra ai, não sobe aí, sai daí”. Eles são inteligentes e não nos causa irritação, eles se ajudam e em momento algum fazem burrices ou algo errado. E personagens inteligentes em filmes assim é um grande ponto!
Logo no início do filme, com apenas alguns tremores ocorrendo, temos uma ótima sequência de um acidente de carro caindo ladeira abaixo, e devo destacar o 3D, que nessa parte, ampliou ainda mais a grande cena que foi feita, deixando o carro pendurado e logo em seguida o nosso herói aparece para salvar a vítima.
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E por falar em grandes cenas, Terremoto se torna um deleite visual de tantas boas e ótimas cenas em meio aos tremores. Destaco muito a cena em que Ray está no helicóptero e olha para baixo, vendo todo o chão se movendo, como se tivesse um balão de água debaixo da terra, movendo as pistas, os prédios, tudo. Outra boa sequencia é Ray salvando Emma, que está no alto de um prédio, e o mesmo está quase caindo. Já essa segunda cena é logo no início de todo o Terremoto, então eu acho que seria mais interessante mostrar o inicio numa visão geral, e não focado apenas em dois personagens, mas não diminui em nada a grandeza da cena.
Paralelamente a isso, Blake, que está com Daniel em sua empresa, conhece o atrapalhado Ben (Hugo Johnstone-Burt) e o encantador Ollie (Art Parkinson), dois irmãos ingleses e que o primeiro está para fazer uma entrevista na empresa de Daniel. E quando o Terremoto atinge São Francisco, Blake e Daniel ficam presos com o carro no estacionamento do prédio, Daniel consegue se soltar e vai à busca de ajuda, porém não volta para salvar Blake e os ótimos irmãos ingleses ouvem o pedido de ajuda de Daniel, antes de desistir de ajudar a moça.

E daí, começa a busca de Ray e Emma para salvar a sua filha e em meio a tudo isso, somos presenteados com grande sequências e cenas de tirar o fôlego, eles usam helicóptero, carro (em uma ótima cena que mostra o desespero de algumas pessoas que preferem roubar e matar em meio ao caos), avião, saltam de pára-quedas, usam uma lancha, nos deixando aflitos e nervosos, e sentimos pelos personagens, tudo pela ótima química mencionada anteriormente.
Terremoto é repleto de acertos, a trilha sonora é maravilhosa, a edição do longa é muito bem construída e nos deixa tendo uma ótima visão de toda a destruição que é causada, os efeitos sonoros e visuais é um grande show a parte. Apenas a parte do Dr. Lawrence (Paul Giamatti) e da repórter Serene (Archie Panjabi) que ficou deslocada um pouco do filme, Lawrence é cientista e consegue prevê os tremores que ocorrerão, mas não consegue avisar a tempo a população, então a sua existência no filme é apenas para nos situar e explicar toda a falha de San Andreas e o que pode acontecer.

Em relação ao 3D, até que temos alguns momentos, mas nada que faça muita diferença entre a versão 2D, gostei muito na cena do tsunami, nesse momento capricharam com os efeitos da água e foi nítido que o 3D estava presente ali.
No mais, Terremoto – A Falha de San Andreas me agradou muito com o seu ritmo dinâmico e a conexão que nos faz sentir pelos protagonistas. Tem cenas absurdas sim, possui um pouco de mentira, mas se não fosse o exagero da destruição, não encheria tanto os nossos olhos e não nos deixaria com a tensão que foi deixada. Posso considerar Terremoto um dos melhores filmes catástrofes já feitos! Terremoto – A Falha de San Andreas estreia quinta (28).
FICA TÉCNICA:
Diretor: Brad Peyton
Elenco: Dwayne Johnson, Carla Gugino, Alexandra Daddario, Ioan Gruffudd, Hugo Johnstone-Burt, Archie Panjabi, Paul Giamatti, Art Parkinson, Will Yun Lee, Kylie Minogue, Colton Haynes, Todd Williams, Matt Gerald
Roteiro: Carlton Cuse, Andre Fabrizio, Jeremy Passmore
Produtor: Beau Flynn, Tripp Vinson
Efeitos Especiais: Colin Strause















































