Hanna / Amazon Prime Video / Divulgação

CRÍTICA | ‘Hanna’ (1ª Temporada)

Karinna Adad

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20 de março de 2019

Hanna é uma adolescente incomum, criada pelo pai, Erik Heller, os dois vivem isolados em uma floresta na Polônia. Dentre as atividades diárias da jovem estão treinar tiro ao alvo, correr, escalar árvores e matar todo e qualquer ser que inspire ameaça, já que como ensina o pai logo nos minutos iniciais da série: o coração do ser humano é perigoso e não se pode confiar nele.

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Hanna / Amazon Prime Video / Divulgação

Esse ensinamento básico de sobrevivência é o que possibilita aos dois não serem capturados pela agente da CIA, Marissa Wiegler, responsável por um projeto fracassado ao qual Erik trabalhou antes de fugir com Hanna. Ao mesmo tempo, quando parte da verdade sobre a origem da garota começa a surgir, é a desconfiança que aparece e faz com que Hanna não acredite mais em Erik. Nesse momento, a caçada empreendida por Marissa garante a cada episódio muita ação e suspense, fazendo com que a série adquira um ritmo tão eletrizante quanto a história que é contada.

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Mas se engana quem pensa que os pontos fortes da série são apenas as cenas de ação com direito a encontros e desencontros, porradaria da boa e mortes impiedosas. Há, no decorrer da história, uma pitada de drama que envolve a vida pessoal de Hanna e de todos aqueles à sua volta, e nesse sentido acompanhamos o desabrochar de uma jovem que precisa aprender a viver em sociedade. Desde o que fazer até o que sentir, Hanna precisa aprender a lidar com as emoções e ações alheias e próprias enquanto descobre sobre o passado e sobre o futuro.

Hanna / Amazon Prime Video / Divulgação

Para esta empreitada, a protagonista conhece Sophie, uma outra garota igualmente em conflito com os pais enquanto explora as possibilidades que a adolescência lhe oferece: balada, amor, paixão, amizade. A relação estabelecida entre as duas garotas dá uma leveza à série, que sem ela ficaria carregada de ação – com alguns momentos beirando ao impossível – e do drama familiar que acompanha Hanna. Não que ação e drama sejam ruins, mas o colorido dessa amizade, que se faz presente pela cor das roupas usadas por Sophie e pela trilha sonora mais divertida, revela ou desenvolve a humanidade que parece faltar à Hanna ou ao menos a normalidade esperada para a vida de uma adolescente.

https://www.youtube.com/watch?v=pTvhai4EM9Q&list=PLx6PsrYY1ucMChi8qHNlXYeIBuyMbUAL0

Criada para aniquilar todos aqueles que ameaçam sua vida e a do seu pai, Hanna não hesita em atirar e faz isso muito bem. Em um dos momentos memoráveis da série, a garota mostra irritação diante da recusa de Erick em levá-la em uma operação que tem como objetivo capturar Marissa. A jovem não entende como tendo sido arduamente treinada pelo pai não é escalada para a ação e questiona: o que adianta aprender tudo isso, após atirar e acertar 3 lamparinas em sequência. O que percebemos em cada episódio é que Hanna não apenas aprendeu bem a proteger a si e ao seu pai, como em muitas situações é a única pessoa capaz de salvar a todos.

Hanna / Amazon Prime Video / Divulgação

Hanna” possui características que chamam a atenção e elevam-na à categoria de uma produção bem-sucedida. Desde a criação de personagens bem construídos, até um roteiro que empolga, é de surpreender a potência e importância das figuras femininas presentes na série. Em todo o momento elas surgem e mostram que não existe um padrão feminino, tanto que são elas que mandam, lutam, atiram, matam, salvam. Porém, longe de ser uma série sobre heroísmo ou de afirmação do poder feminino, Hanna deslumbra porque fala de uma mulher, na verdade, uma garota, sensível e forte ao mesmo tempo. Ela foge de qualquer estereótipo e na descoberta sobre si aprende que uma vida em sociedade só é possível com uma dose de confiança no outro.

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A série de oito episódios termina dando margem a uma segunda temporada, porém, tenho minhas dúvidas quanto ao sucesso de uma sequência. Algumas apostas podem ajudar, como: a continuação do desenvolvimento moral da personagem principal, o mistério por trás do projeto no qual Marissa e Erik trabalharam e um desenrolar da amizade entre Hanna e Sophie. Em todo caso, a aposta na primeira temporada de “Hanna” é certa e vale cada segundo.

::: TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=e1mgvuW3F3o&feature=youtu.be

Título original: Hanna
Temporada: 1
Escrito por: David Farr (episódios 1-4, 6-8) Anna Ingeborg Topsoe (episódio 5)
Produtores Executivos: David Farr, Tom Coan, JoAnn Alfano, Andrew Woodhead, Tim Bevan, Eric Fellner, Marty Adelstein, Becky Clements, Scott Nemes
Diretores: Sarah Adina Smith (episódios 1 & 2), Jon Jones (episódios 3 & 4), Amy Neil (episódios 5 & 6), Anders Engstrom (episódios 7 & 8)
Elenco: Esmé Creed-Miles (“Hanna”), Joel Kinnaman (“Erik Heller”), Mireille Enos (“Marissa”), Joanna Kulig (“Johanna”), Rhianne Barreto (“Sophie Quatri”), Stefan Rudolf (“Rudi”), Peter Ferdinando (“Lukas”), Katharina Heyer (“Elsa”), Benno Fürmann (“Dieter”), Felicien Juttner (“Olivier”), Gamba Cole (“Anton”), Justin Salinger (“Meisner”), Khalid Abdalla (“Sawyer”), Yasmin Monet Prince (“Clara”), Noah Taylor (“Dr. Roland Kunek”)
Gênero: Drama, Suspense, Ação
País: Estados Unidos
Ano: 2019
Classificação:

Karinna Adad

Tranquila, mas multitarefada. Sou daquele tipo de pessoa que sempre está fazendo alguma coisa e descobrindo outras tantas pelo caminho. Topo qualquer parada desde que tenha prazer nela e uma das que por mais tempo vem me enchendo de alegria é a escrita. E como boa leitora consigo escrever sobre quase qualquer coisa, por mais que, como uma cientista social em formação, não consiga deixar de fazer agir meu raio problematizador nos meus textos.
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