CRÍTICA | Filme sobre Maria Callas mostra intimidade da soprano mais aclamada da história

Giovanna Landucci

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4 de dezembro de 2018

Dirigido por Tom Volf, o documentário Maria Callas – Em Suas Próprias Palavras (Maria By Callas) já inicia com uma fala maravilhosa da cantora de ópera dizendo que cantar é uma tentativa de subir aos céus. É exatamente assim que o filme representa a soprano de ascendência grega nascida em Nova Iorque, que se estabeleceu na cidade após regressar da Grécia quando pequena e estudar  música, tornando-se assim a estrela mais conhecida dos palcos de conservatórios e anfiteatros do mundo todo.

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Incentivada pela mãe a desenvolver dotes artísticos desde cedo, Maria Callas teve aulas de canto lírico com Elvira Hidalgo no Conservatório de Atenas e não tardou a ser reconhecida internacionalmente como a melhor cantora de ópera de todos os tempos. Através de entrevistas, imagens raras de arquivo, filmagens pessoais e cartas íntimas, a vida e a carreira da artista são reconstituídas.

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O titulo original “By Callas” (traduzido aqui “Em Suas Palavras”) deve-se ao fato da montagem da história ter sido elaborada com suas falas em entrevistas, de leitura cartas que escreveu aos seus amigos e amores, que funcionam como uma espécie de narração em off, e imagens de belas apresentações nos palcos e participações em grandes espetáculos. Callas conta que mentiu sua idade para adentrar ao conservatório na Grécia. Tinha apenas 13 anos, mas era considerada alta para sua idade já que sempre teve o corpo esguio e, assim, conseguiu fazer sua inscrição que era permitida somente para maiores de 17 anos.

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Foto: Imovision / Divulgação

Maria Callas – Em Suas Próprias Palavras mescla uma série de depoimentos da cantora com cenas maravilhosamente bem restauradas de suas apresentações e performances. Com divisórias que mostram os anos retratados no longa metragem fazendo com que se divida como em atos de uma peça de teatro, talvez até propositadamente para remeter aos espetáculos, é enfatizado o quanto ela era querida, ovacionada pela plateia e com ingressos sempre esgotados. O documentário faz uma grande viagem no tempo e mostra fatos que marcaram a vida da soprano mais aclamada da história.

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A sutileza com que os fatos são documentados traz um ar vintage à produção e uma maneira sedosa e aveludada de contar a história de Maria Callas. Passando por seu casamento até sua separação, além de grandes polêmicas que rodearam a cantora na época, seu grande amor por um melhor amigo e companheiro de vida e sua necessidade em tornar-se novamente cidadã grega para ter sua liberdade de volta, o filme também mostra a perda da voz por uma bronquite, fazendo com que ela tenha que descontinuar um espetáculo e, ao mandar as pessoas de volta as suas casas, obtém uma grande rejeição do público. Situações de estresse, de uma grande depressão que sofreu, entre outros fatos íntimos que acometeram sua carreira, são muito bem ilustrados no documentário. O longa-metragem enfoca bastante a personalidade de Callas e sua maneira de pensar sobre a vida. Uma mulher à frente de seu tempo.

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Foto: Imovision / Divulgação

Maria Callas – Em Suas Próprias Palavras faz um passeio histórico por todos os anos e fatos da sua carreira e vida pessoal e traz momentos íntimos onde o espectador pode sentir as emoções de Callas como se ela mesma relatasse sua história até o momento de sua morte com um divino acompanhamento pela bela trilha sonora e um enredo praticamente desconhecido de uma grande mulher que marcou a história da música clássica e da ópera.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Maria by Callas
Direção: Tom Volf
Distribuição: Imovision
Data de estreia: qui, 06/12/18
País: França
Gênero: documentário
Ano de produção: 2017
Duração: 113 minutos
Classificação: Livre

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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