CRÍTICA #2 | ‘Planeta dos Macacos: A Guerra’ mantém a tensão do início ao fim, em uma produção visualmente impressionante

Ainda que Michael Bay insista em trazer à tona o debate sobre o alto (mau) uso de CGI em produções cinematográficas, a concepção de que a ferramenta seja algo predominantemente maléfico à sétima arte parece cada vez perder mais força à medida em que somos apresentados a obras que são, mais do que explosões e exageros visuais, belos exemplos de como o uso da tecnologia pode proporcionar o crescimento do potencial artístico e o desarranjo de limitações antes vistas como grandes barreiras na construção de tramas visualmente complexas.

CRÍTICA | ‘Planeta dos Macacos: A Guerra’ é impecável, com belas atuações e um show de tecnologia

O tempo parece ter se encarregado de alertar grande parte do público sobre os tecnologicamente-hipnóticos placebos emocionais disfarçados por histórias rasas que tanto estiveram presentes no cinema a partir do início do milênio. Felizmente, isto não se trata do que vimos em “Planeta dos Macacos: A Origem” e “Planeta dos Macacos: O Confronto”, produções que, por mais que se apoiem no sucesso do clássico, se comprometem a entregar uma boa experiência ao público. Produções que não somente têm o objetivo de entreter, mas que contam, também, com um apelo emocional muito forte, aliado a profundas reflexões sobre o modo com que nós, seres-humanos, nos organizamos, vivemos e agimos.

Planeta dos Macacos: A Guerra se trata de confrontos e problemas criados exclusivamente por humanos, que os levaram a um cenário pré-apocalíptico. Brilhante é a forma com que é representada a evolução dos chimpanzés, que vão, ao longos dos três filmes, nos mostrando como somos vulneráveis, teimosos, falíveis, e como isso facilmente se perpetuaria em autodestruição.

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A trilogia, a todo tempo, procura nos distanciar de ‘nós’ mesmos, até o momento em que o espectador se torna mais propício a ter empatia a Caesar e aos demais chimpanzés do que a qualquer personagem humano. Nós somos o vilões aqui, mas somos fruto ainda mais putrefato e irreparável devido a traumas não-superados que acumulamos durante a vida. Nós somos Koba, perdemos a capacidade de perdoar e, com o poderio armamentista, somos implacavelmente insanáveis.

Com uma pitada de jornada do herói e o dever de encerrar um ciclo, Planeta dos Macacos: A Guerra mantém a tensão do início ao fim, em uma produção envolvente, emocionante e visualmente impressionante.

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