CRÍTICA | Promissor, ‘Pacto de Sangue’ retrata uma triste realidade do Brasil

Wilson Spiler

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27 de agosto de 2018

Pacto de Sangue promete ser uma série muito boa, trazendo à tona realidades de nosso país, sob uma ótica jornalística, mas que demonstra também algo criminal com um viés de serial killer. O BLAH CULTURAL recebeu, com exclusividade, o primeiro episódio para analisar. Confira abaixo a opinião:

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Escrita por Lucas Vivo Garcia Lagos (Psiconautas) e dirigida pelo também uruguaio Israel Adrián Caetano (Crônica de uma Fuga) e Tomás Portella (Operações Especiais), o seriado traz Guilherme Fontes como protagonista. Produzida  pelo canal Space,  a série conta com oito episódios de 45 minutos cada e estreia dia 27 de agosto, às 22h30, com exibição de episódio duplo, sem intervalos comerciais.

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Pacto de Sangue conta a história de Silas Campello (Guilherme Fontes), um repórter carismático e pouco conhecido de uma pequena emissora de Belém, do Pará. Um homem de origem humilde, porém extremamente ambicioso e que levará essa ambição a todo o custo para conseguir o que almeja. A cidade apresenta um quadro criminoso muito forte, desde tráfico de drogas a turismo sexual e crimes hediondos capazes de chocar a sociedade. O jornalista alimenta sua ambição por busca de audiência, com matérias sensacionalistas e notícias polêmicas para obter reconhecimento do público local e fama.

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Com ajuda de seu irmão Edinho (Adriano Garib), ele foi capaz de manter conexões perigosas e alianças para alavancar seu poder. A trama vai mostrar a transformação desse homem humilde citado anteriormente em uma das figuras públicas mais polêmicas e influentes da cidade. Para desvendar  os crimes e atrocidades que têm acontecido na cidade, os policiais Roberto Moreira (Ravel Cabral) e Lucas Soares (André Ramiro) são levados para o coração da Amazônia onde se deparam com rituais espirituais e uma rede de tráfico, ambos organizados por Gringa (Mel Lisboa) e Trucco (Jonathan Haagensen).

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Silas Campello está cercado por drama familiar. Ele sempre se dedicou muito a seu trabalho, deixando sua família de lado. Sua filha, para chamar atenção, se envolve com drogas, e seus pais decidem interná-la em uma clínica de reabilitação. A trama faz o contraponto entre as emoções pessoais que ele não demonstra e as emoções extremas que busca em seu trabalho.

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Repleta de viés jornalístico, Pacto de Sangue lembra um pouco uma mistura entre jornais sensacionalistas, como “Cidade Alerta” e séries como “Dexter”, “Santa Clarita Diet” e “Haniball”, onde o obscuro impera junto com um leve toque de sarcasmo e dessa força que esse tipo de assunto tem.

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Filmada em Belém, no Pará, a série possui um enquadramento que mistura a beleza local, os dramas da região e a polêmica que esse tipo de noticias jornalísticas retratam. A câmera acompanha um misto entre as filmagens manuais que vão ao ar, o enquadramento próximo e as cenas mais lúdicas quando envolvem essa seita religiosa que a atriz Mel Lisboa lidera.

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Quando se tratam das cenas em família, as falas são muito demarcadas e mal dirigidas, demonstrando também uma falha na escolha de atores, pois mostram expressões robóticas, descaracterizando o drama e o impacto que as cenas exigiriam para fazer o contraponto entre o lado profissional e o pessoal de Silas. A caracterização da personagem que faz sua filha não traz um ar realístico de quem passa por problemas com drogas, fazendo com que as cenas fiquem um pouco forçadas.

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De resto, Pacto de Sangue retrata uma realidade do Brasil, de forma que a trilha sonora acompanha o consumo local, o que demonstra que houve bastante pesquisa para se elaborar outros aspectos além do roteiro. Os sons ambientes e a mixagem de som, por sua vez, estão perfeitos. Qualidade de som, imagem, produção e direção só pecam em alguns detalhes e a maior parte do elenco está muito bem em seus papéis. O grande destaque fica para o personagem principal interpretador por Guilherme Fontes, que estava distante da telinha já faz um tempo, mas não perdeu o “mojo” de um bom ator. O eterno Alexandre, de “A Viagem”, está de volta, demonstrando um lado sanguinário e ambicioso de forma leve, mas realista.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Canal: Space
Temporada: 1
Produtor: Lucas Vivo
Direção: Israel Adrián Caetano, Tomás Portella
Roteiro: Lucas Vivo Garcia Lagos
Elenco: Guilherme Fontes, Mel Lisboa, André Ramiro, Ravel Cabral, Adriano Garib, Jonathan Haagensen, Paulo Miklos, Fulvio Stefanini, Enzo Barone
Ano: 2017

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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