Emidoinã O Filme André Abujamra crítica

‘Emidoinã: O Filme’ deve ser contemplado como obra de arte

Wilson Spiler

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8 de outubro de 2021

Havemos de concordar que André Abujamra, assim como seu saudoso pai Antônio Abujamra, é um gênio. Dotado de muitos talentos, o cantor, músico, compositor, maestro, ator, diretor é sempre movido por ideias que façam a conexão de várias linguagens. Um dos principais projetos atuais é Emidoinã, um dos álbuns mais fantásticos de 2020, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Grammy Latino aos 56 anos.

O disco faz parte de um projeto de quatro outros trabalhos, onde cada um dialoga com um elemento da natureza: Água, Fogo, Ar e Terra. O primeiro surgiu em 2018, quando lançou Omindá – A União das Almas do Mundo pelas Águas. Dois anos depois, assombra o mundo com o excepcional Emidoinã.

Do álbum para as telas

Agora, em 2021, o multifacetado artista ousa ainda mais com Emidoinã: O Filme, onde transpassa para as telas aquilo que ouvimos no álbum, com uma beleza ímpar. Na saga, André Abujamra é Iskandar, um personagem determinado a encontrar o segredo perdido que estabelece o vínculo entre a humanidade e a natureza. Para isso, ele conta com a presença de amigos que interpretam deuses, dragões, dríadas, bruxa, mensageiros e um grande profeta.

De acordo com a obra, dois grandes momentos definem uma vida, o momento de nascer e o de morrer. O que acontece entre um e outro são apenas oscilações, ora mais perto da vida, ora mais perto da morte. Mas, diferente de todos os humanos, Iskandar não nasceu e nem morreu, apenas despertou. Como o fogo que consome, ele enfrenta deuses, rios de lava, vulcões, entidades do fogo, guerras e até a morte para restituir o que une a humanidade à natureza com aquilo que não morre: o amor.

Convidados especiais

Com músicas, letras, composições, arranjos e instrumentos todos criados e executados por André Abujamra, bem como dirigido por Luciano Lagares, Emidoinã: O Filme é uma espécie de compilado de videoclipes animados, mas todos dentro de um contexto narrando a história contada no álbum. Ainda conta com convidados de respeito, como Zélia Duncan, Criolo, BNegão, Pedro Luís, Camila Pitanga, Chico César, Julia Lemmertz, Rodrigo Santoro e Rita Ollé, por exemplo.

Sobre as músicas, acredito que não preciso me estender muito, até porque o álbum é de 2020 e quem conhece o trabalho do artista já sabe da qualidade de Emidoinã. Agora, a respeito do filme, todos os clipes são em animação com uma qualidade poucas vezes vista no Brasil. Os traços, a técnica e a beleza das cores só realçam o nível da obra de Abujamra. Méritos para a produção da Openthedoor Studios.

Mas, além disso, o média-metragem de cerca de de 50 minutos funciona perfeitamente como uma extensão do disco e, através das animações, pode ser contemplado como uma verdadeira obra de arte. Para ouvir, ver e sentir.

Onde assistir Emidoinã: O Filme?

A produção musical Emidoinã: O Filme está disponível para aluguel na plataforma do Looke a partir desta sexta-feira, 8 de outubro de 2021.

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Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
9
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 9

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