Os Oito Odiados Quentin Tarantino

Especial Quentin Tarantino | ‘Os Oito Odiados’

Pedro Marco

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6 de agosto de 2019

Com mais de 20 anos de carreira cinematográfica, Quentin Tarantino chega, em 2015, ao seu oitavo filme. Para alegria de uns – e decepções de outros – é hora de revisitar o universo de “Django Livre” (apesar de não compartilhar personagens) em um novo faroeste americano.

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Maturidade de Tarantino

“Os Oito Odiados” é um grande resumo da carreira do Tarantino em um ápice de maturidade. O filme traz seus atores mais recorrentes (Tim Roth, Michael Madsen e – pela sexta vez – Samuel L. Jackson) para um western teatral nas frias montanhas do Colorado. Envolto por inúmeras polêmicas em sua gravação e exibição em 70mm, necessitando de adaptações em alguns cinemas, bem como o vazamento do roteiro em 2013, o longa, por pouco, não entrou na lista de produções improváveis de verem a luz do dia.

A trama simples e, em certos pontos, quase didática, acompanha oito diligentes e um cocheiro em um armazém isolado pela neve. Num clima tenso de desconfianças e vingança moral. Com o artifício ousado de ter grande parte da trama se passando em uma única locação (técnica de roteiro popularizada por “12 Homens e Uma Sentença” e “Clube dos Cinco”), Tarantino mostra como extrair a grandiosidade de seu elenco, fotografia e direção, em um épico dramático, digno de ser encenado ao vivo. Inclusive, de fato, foi uma adaptação de seu roteiro aos palcos que o fez mudar de ideia em resgatar a produção do longa.

Os Oito Odiados Red Apple

Despedidas e referências

Envoltos por reencontros e despedidas, o longa marca a grandiosa participação de Enio Morricone nas trilhas sonoras. Relembrando os anos dourados trabalhando para Sergio Leone e outros grandes do meio do faroeste. Em contraponto, “Os Oito Odiados” foi a última produção com a companhia de Harvey Weinstein. Isso por conta dos escândalos de assédio que fecharam a empresa. E foi neste meio em que Tarantino anunciou, em 2015, que encerraria sua carreira de diretor após o décimo filme.

Como não poderia faltar, o longa é um grande capítulo deste universo “tarantinesco”. Afinal, ele aborda a marca de tabacos Red Apple (presente em todas as suas produções), bem como faz uma conexão parental entre o personagem Pete Hicox (Tim Roth) e o tenente Archie Hicox (Michael Fassbender) de “Bastardos Inglórios”.

A saber, recentemente, Tarantino e a Netflix lançaram uma versão estendida de “Os Oito Odiados”. Trata-se de uma roupagem de minissérie em quatro capítulos. São cerca de 11 minutos extras e uma nova estruturação da trama. O longa segue como uma das obras de repercussão mais tímida do diretor, mas com grandes elogios de público e crítica. Segundo diz o conceito popular, falta apenas um filme do gênero para Tarantino ser considerado, de fato, um diretor de western, o que causa possibilidades de retorno a este universo.

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Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
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