Filmes de heróis terão ainda mais representatividade em 2020

Wilson Spiler

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16 de janeiro de 2020

Depois do sucesso de Capitã Marvel e Pantera Negra, a Marvel traz, em 2020, outras produções com representatividade em diversos segmentos da sociedade: Viúva Negra, Falcão e Soldado Universal e Os Eternos, este último protagonizado pelo primeiro personagem gay da empresa e com a participação de um personagem surdo. Em 2021, o estúdio lança seu primeiro super-herói americano com origem asiática, que deve estrelar o filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis.

Warner e DC Comics não ficam atrás na preocupação com uma maior e melhor representatividade. Este ano, Aves de Rapina, da DC Comics, reúne cinco mulheres para defender Gotham City de um vilão. Também haverá a estreia de Mulher-Maravilha 1984.

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Filmes de heróis são a identidade do cinema de grande circulação da última década. Em termos mercadológicos, apesar de serem filmes de altíssimo custo, geraram, quase sempre, lucro gigantescos.

Abandono de estereótipos

Agora, esses filmes tentam deixar de lado os estereótipos de heróis e vilões do passado e abraçar a demanda por mais representatividade de mulheres, negros, comunidades LGBT e de pessoas com algum tipo de deficiência. Além disso, há também a pressão pelo abandono (pelo menos em parte) de padrões estéticos – corpos magníficos, pouco vistos na realidade. Essa transição do cinema baseado em super-heróis tem implicações financeiras e sociais.

“A possibilidade de uma criança negra projetar seus ideais de heroísmo em rostos mais próximos do que encontra no espelho, como o rei T’Challa, de Pantera Negra, tem um forte valor na construção da auto-estima de uma minoria social”, diz Gabriel Marinho, professor de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio.

“Isso pode parecer evidente em pequenos gestos mercadológicos, como a compra de brinquedos. Mas vai além. Produções como essa constroem no repertório de imagens da sociedade o retrato de homens e mulheres negros bonitos, capazes de assumir papéis de prestígio e liderança. Isso certamente vai contagiar futuros adultos a se enxergarem capazes de assumirem esses papéis sociais.”

Inspiração

De fato, a ideia pode ser expandida a outros grupos. Futuras cientistas podem ser despertadas quando meninas deparam com a personagem Shuri, de Pantera Negra, e enxergam nela um gênio em ciências e tecnologia, respeitada entre seus pares por sua capacidade inventiva. Meninas também podem se sentir inspiradas pela personagem Carol Dannvers, de Capitã Marvel, que para além dos seus superpoderes, é capaz de recomeçar sempre que falha em suas iniciativas.

“Já existiam outros filmes que se preocupavam com uma representatividade saudável de minorias sociais. Mas o fenômeno das obras do universo de super-heróis trouxe o tema para o epicentro de um cinema de grande circulação”, finalizou Marinho.

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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