‘Mosul’ (Netflix) e a luta do povo pela própria preservação

A cidade de Mosul já foi a segunda maior do Iraque, atrás apenas da famosa Bagdá. Além disso, tem uma história que remonta a séculos antes de Cristo como antiga Nínive bíblica, da qual o profeta Jonas pregou sua destruição se seus habitantes não se arrependessem de seus pecados.  

Mas, depois da invasão americana sob a justificativa das armas de destruição em massa de Saddam Hussein e do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), que a proclamou sua capital, não restou ao povo iraquiano qualquer alternativa além de retomar o que é seu por direito.

• Em ‘Sou Francês e Preto’, só quem ganha é o espectador
• ‘O Caderno de Tomy’ é uma grata surpresa da Netflix neste fim de ano
• ‘Era Uma Vez Um Sonho’ é a nova aposta da Netflix ao Oscar

Então, em Mosul, primeira produção em língua árabe da Netflix, o já experiente roteirista Matthew Michael Carnahan (Guerra Mundial Z) se junta aos produtores Joe e Anthony Russo (Vingadores: Ultimato). Ele estreia com mão firme na direção de um filme sobre a SWAT de Nínive, uma unidade policial renegada que combateu o ISIS até que este fosse expulso.

Foto: Netflix / Divulgação

A trama de ‘Mosul’ da Netflix

A saber, Mosul foi filmado em Marrocos. A montagem, a fotografia e o design de produção nos fazem realmente crer que estamos na cidade ocupada. Dessa forma, o novato policial Kawa (Adam Bessa) é salvo de um cerco terrorista pelo grupo de elite liderado pelo Major Jasem (Suhail Dabbach), que o convoca para uma missão secreta.

Assim, a missão servirá para mostrar ao espectador todo o estrago que os terroristas causaram depois da ocupação americana que provocou o caos destruidor de uma civilização milenar. Onde tesouros arqueológicos são destruídos, munições de fuzis valem tanto quanto cigarros e crianças são entregues à própria sorte.

É, de fato, uma jornada que endurecerá o protagonista a um estado de indiferença sobre o motivo da luta que trava. Deixando de questionar para agir somente para calar as vozes discordantes em uma cena emblemática sobre o destino de um amigo e/ou traidor.

Contudo, ao final do filme, o que Mosul e a missão dos heróis nos mostram é o verdadeiro motivo pelo que qualquer povo luta. Preservar a si mesmo.

TRAILER

[youtube v=”Z9bw8MGkB-A”]

FICHA TÉCNICA

Título original: Mosul
Direção: Matthew Michael Carnahan
Elenco: Suhail Dabbach, Adam Bessa, Is’haq Elias, Waleed Elgadi, Hayat Kamille, Thaer Al-Shayei
Distribuição: Netflix
Data de estreia: sex, 26/11/20
País: Estados Unidos
Gênero: drama, guerra
Ano de produção: 2020
Duração: 102 minutos
Classificação: 16 anos