crítica do filme Passado Violento da Netflix de 2022

Foto: Netflix / Divulgação

‘Passado Violento’ não cumpre o que o próprio nome sugere

Wilson Spiler

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20 de julho de 2022

Tramas com ex-assassinos (ou agentes federais, dá no mesmo), surgem aos montes a cada ano – talvez a cada mês. Temos diversos exemplos de filmes de ação do sucesso desse tipo, assim como atores que basicamente atuam nesse mesmo nicho frequentemente, como Liam Neeson, Bruce Willis (recém-aposentado), Jason Statham e até Keanu Reeves.

Passado Violento (Clean), que chegou recentemente ao catálogo da Netflix, não é um filme muito diferente dos demais. A principal discrepância, talvez, seja a presença do ator Adrien Brody, que não é costumeiramente visto em produções do gênero e também assina o roteiro ao lado do
Paul Solet.

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Sinopse

Na trama, Brody é Clean, um assassino aposentado, digamos assim. Certamente a escolha do nome do personagem se deu pelo seu significado, que em português literal quer dizer “limpo”. Uma clara referência ao que viveu no passado, como quando dependentes químicos ficam sóbrios, tanto do álcool quanto das drogas. Ou seja: ele está “limpo”.

Portanto, agora ex-assassino, Clean trabalha como coletor de lixo em Nova York e tenta sobreviver em sua rotina pacata. Entretanto, ele acaba precisando retomar os velhos hábitos para proteger sua jovem vizinha de um chefe do crime.

John Wick x Passado Violento

Há muita gente por aí comparando Passado Violento com uma espécie de John Wick. Com todo respeito a essas opiniões, as narrativas dos filmes são completamente diferentes. Enquanto na franquia  estrelada por Reeves o mote da trama é a vingança, aqui, Brody quer apenas proteger. As únicas semelhanças aparecem, basicamente, na antiga profissão dos dois.

Além disso, Passado Violento é um filme mais brando, mais arrastado, lento mesmo, com bastante sangue, mas poucas cenas de ação e conduzidas no modo automático, sem a tamanha brutalidade de John Wick. Aliás, o gênero aqui mal cabe, pendendo muito mais para o drama do que pura porradaria.

Muitos pecados

Embora não seja um filme de todo ruim, Passado Violento, infelizmente, peca em muitos pontos. Não conseguimos nos apegar aos personagens, tanto no lado do herói quanto no lado do vilão. Os dramas da família da vizinha e do filho do chefe do crime que sofre nas mãos do pai são mal explorados. O desenvolvimento também é mal conduzido, com o protagonista contando a história através de uma narração e brevíssimos – mas muito breves mesmo – momentos de flashbacks para entendermos o seu passado.

É difícil ter uma conclusão definitiva sobre Passado Violento. Afinal, é um filme cheio de boas intenções, mostrando a hipocrisia dos “cidadãos de bem” e com ótimos atores, mas que não transpira emoção alguma. Não nos comovemos o bastante, muito menos nos empolgamos com boas cenas de luta. É só mais uma obra que passou e ninguém vai se lembrar por muito tempo. Talvez, se o título original “Clean” fosse traduzido literalmente, seria uma produção mais honesta com o espectador.

Onde assistir ao filme Passado Violento?

A saber, Passado Violento está disponível para assinantes da Netflix. Aliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

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Trailer do filme Passado Violento, da Netflix

Passado Violento (Netflix): elenco do filme

Adrien Brody
Glenn Fleshler
Richie Merritt

Ficha Técnica: filme Passado Violento (Netflix)

Título original do filme: Clean
Direção: Paul Solet
Roteiro: Paul Solet, Adrien Brody
Duração: 93 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: drama
Ano: 2022
Classificação: 16 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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