PRIMEIRAS IMPRESSÕES | ‘Narcos México’ mescla dramas pessoais com robustas cenas de ação

Bruno Giacobbo

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15 de novembro de 2018

Confesso. Eu estava bastante ansioso para a volta de Narcos, do Netflix. Logo, quando o pessoal do BLAH! perguntou se eu gostaria de escrever sobre as primeiras impressões (e a crítica) da quarta temporada, que estreia dia 16 de novembro de 2018, é óbvio que topei de primeira. Tive acesso, por enquanto, a somente cinco míseros episódios e o que posso dizer é que estou extasiado! Mal comparando, a experiência foi, mais ou menos parecida, como entrar em uma churrascaria rodízio e o dono lhe avisar logo de cara: “Por hora, rapaz, você só pode pegar cinco míseros pedaços de picanha. Para comer tudo o que deseja terá que esperar algumas horas”. Conseguem imaginar? Como resistir a tamanha tentação de não poder encher o prato (dar play no próximo capítulo) e comer (ver) todo o resto? Uma tortura. Aliás, devo dizer, uma tortura equivalente a praticada por traficantes em traidores.

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Como o próprio nome entrega e do jeito que a última cena da terceira temporada já tinha dado a entender, em Narcos México a ação deixa a Colômbia, sobe o continente e faz uma viagem sem escalas até a América do Norte. Desta maneira, os Cartéis de Medellín e Cali dão lugar aos poderosos narcotraficantes mexicanos, senhores de lugares inóspitos e esquecidos por Deus, como Juarez e Sinaloa. E as câmeras focam na história de dois homens: Kiki Camarena (Michel Penã), um agente do DEA (Drougs Enforcement Administration) designado para trabalhar no país, e Miguel Ángel Félix Gallardo (Diego Luna), um pequeno traficante que nutre sonhos muito ambiciosos, entre eles, organizar a plantação e o comércio de maconha tal qual uma grande e lucrativa multinacional. A curiosidade, aqui, é que nascido mexicano e moreno, Camarena se apresenta como a melhor opção para missão que lhe é dada.

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Os cinco primeiros episódios são realmente de tirar o fôlego. Os realizadores conseguiram aliar uma competente construção de personagens, de forma que nos interessemos pelos dramas de Kiki e Miguel, mesmo tendo acabado de conhecê-los, com robustas cenas de ação. Afinal, esta é uma história (verídica) sobre traficantes, policiais desonestos, políticos corruptos e, no meio deste povo, um grupo de homens que tenta fazer a coisa certa. Mesmo sendo real, nem todo mundo precisa conhecer os fatos por trás desta trama, eu conheço porque sou fanático por tudo o que envolva máfias em geral, logo, é prudente não revelar determinados detalhes. Por hora, só o que vocês precisam saber, leitores, é que se não fosse por Kiki Camarena, provavelmente, os Estados Unidos teriam demorado mais para sair da completa letargia em relação a maconha mexicana, tida como bem menos nociva do que a coca colombiana.

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No aguardo pelos cinco capítulos finais e com a ansiedade aumentando, só resta torcer para que as impressões iniciais de Narcos México se confirmem. Que o ritmo não caia e que a mescla entre dramas pessoais e ação continue azeitada. Além disto, estou louco para saber como foi filmado o desfecho desta história (que, anotem aí, promete ser o mais impactante de todos) e se ela termina nesta temporada. A saga de Pablo Escobar (Wagner Moura) durou dois anos e há material aqui para mais de uma temporada. O que, neste momento, já dá para comemorar é a entrada na série do músico Gustavo Santaolalla. Junto com o parceiro Kevin Kiner, o argentino, ganhador de dois Oscars, fez uma trilha sonora sensacional que se destaca, principalmente, nos momentos de adrenalina. Ah, claro, “Tuyo”, canção do brasileiro Rodrigo Amarante, continua marcando o início de cada impagável episódio.

Desliguem os celulares e (até aqui) excepcional diversão.

::: TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=wYbBWnAD7Xg

::: FICHA TÉCNICA

Temporada: 4
Elenco: Michel Peña, Diego Luna, Tenoch Huerta, Joaquín Cosío, Teresa Ruiz, José Maria Yazpik
Produção: Netflix
Ano: 2018
Estreia: 16/11/2018

Bruno Giacobbo

Um dos últimos românticos, vivo à procura de um lugar chamado Notting Hill, mas começo a desconfiar que ele só existe mesmo nos filmes e na imaginação dos grandes roteiristas. Acredito que o cinema brasileiro é o melhor do mundo e defendo que a Boca do Lixo foi a nossa Nova Hollywood. Apesar das agruras da vida, sou feliz como um italiano quando sabe que terá amor e vinho.
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