REVIEW | ‘Star Wars Battlefront II’ é bom, mas tem jogabilidade e na narrativa fracas
Stenlånd Leandro
A franquia Star Wars é conhecida de longa data, tendo seu primeiro filme lançado em 1977, e tornou-se um fenômeno mundial da cultura pop, sendo um dos responsáveis pelo início da “era dos blockbusters”. Ou seja: estamos falando de algo que existe há aproximadamente 40 anos e, através dessa ‘idade’, muitas pessoas vivenciam essa paixão na pele falando aqui e ali tanto sobre os filmes, livros e até mesmo jogos. Por mais que a qualidade dos filmes ou livros, que na minha opinião são ruins, não há como negar que o amor dessas pessoas seja por qualquer coisa vinculado ao nome Star Wars é enorme.
A partir desse enorme amor, surgiram os jogos e agora estamos diante de Star Wars Battlefront II, segundo título da franquia Battlefront. O primeiro jogo ficou muito aquém do esperado e nada era possível fazer, fosse na qualidade ou na diversidade de conteúdo que era bem escassa. Aqui podemos jogar com os heróis de todas as três eras de Star Wars , em enormes batalhas disputadas em locais famosos, e participar também de uma narrativa que empolga, mas é quando estamos diante do sistema de progressão do jogo que vimos algumas falhas complexas. Star Wars Battlefront II está sim mais ligado aos longas-metragens do que o título anterior. Na maioria das vezes, tudo indica que há relação com Star Wars: O Retorno de Jedi, Para começo de conversa, Star Wars Battlefront II é foda se levarmos em consideração o gráfico e a trilha sonora. Battlefront II consegue facilmente deixar os fãs enlouquecidos com tamanha qualidade se pensarmos de imediato nesses dois quesitos. Desenvolvido com a engine Frostbite, já da pra saber o que esperar do visual, certo? A precisão com que os detalhes da fauna e dos locais cheios de itens mecânicos é de embasbacar.

Saindo do campo do que remete ao visual e ao gráfico, o modo campanha de Battlefront 2 tem como principal protagonista a Comandante Iden Versio (interpretada por Janina Gavankar), uma soldado imperial líder do Esquadrão Inferno. A Segunda Estrela da Morte é destruída em uma grande batalha e então temos o início de nossa narrativa. Fiel ao Império, Iden acaba indo de encontro à Escória Rebelde e parte em uma jornada que irá mudar completamente sua visão sobre esse conflito. Por estarmos na pele de uma vilã, logo imaginamos que iríamos encontrar Darth Vader em algum ponto do jogo. Com a versatilidade da protagonista, temos então uma campanha curta com aproximadamente 6 a 8 horas de duração, se não você não for daqueles carinhas chatos que querem andarilhar por todo o mapa, afinal, ainda que a história de Battlefront II possua conteúdo altamente útil, há quem goste de perder tempo esmerilhando o personagem em diversos campos descartáveis no mapa. Em se tratando de um game de uma franquia tão respeitada, confesso que esperava uma campanha com quase 30 horas de duração ou até mais, mas não houve. Certamente os fãs do imponente nome ‘Star Wars‘ clamam por um jogo somente focado na campanha, que foi exatamente o que Wolfenstein II: The New Colossus fez. Removeu as opções online e multiplayer e teve como foco somente a trama, para, assim, dar uma atenção aos jogadores que não se ligam tanto em ficar online atirando um no outro e sem um rumo sequer. As missões do título misturam missões FPS com outras em que iremos controlar as famosas naves. Isso acaba diferenciando um bocado a experiência não permitindo com que o jogador caia na mesmice.
Há o modo arcade, com 16 missões, algumas do lado do Império, outras dos Rebeldes, ou seja, vira e mexe você mudará de time. De certa forma, isso é bom até para variar a jogabilidade e não estarmos naquele processo enfadonho de sempre jogar com os mesmos personagens, mesmo no modo solo. Mas este modo é interessante, sobretudo por incluir uma opção cooperativa. E é uma boa forma de passarmos tempo com um amigo que partilhe do gosto por Star Wars.

O título deixou de ter as famosas expansões evitando que divida os jogadores entre aqueles que possuem e os que não. Vendo por esse lado, chega a ser um ponto positivo. Sempre fui contra isso de expansões, afinal, se é para angariar mais dinheiro com um único título, que o lance completo e por um preço um bocado mais caro.
Assim como em toda a franquia, o modo online forçará o jogador a agir de forma real em equipe e isso é um fator positivo também. No modo campanha, temos a presença dos NPC’s ao nosso lado, e isso acaba sendo um grande problema no jogo, pois nessas enormes idas e vindas, entre império e rebeldes na era Darth Vader, os NPC’s não têm muita eficácia. As famosas caixas de loot sempre foram um problema. A famosa fórmula “Cash para Ganhar” ficou ainda mais evidente em Metin 2. Caso você não abdicasse de alguns centavos para melhorar seus itens em um simples MMORPG, ia ser difícil combater algum Shura ou Guerreiro no mano a mano. De certa forma, Star Wars Battlefront II mostra da forma mais nua e crua esse detalhezinho. Tudo bem, havia como adquirir essas caixas no modo normal (sem pagar), mas em Battlefront II o ‘drop’ é bastante desbalanceado. Você acaba ficando nervoso tentando conseguir esses itens e, até então, nada de bom aparece. Você se sentirá induzido a gastar algum cascalho para melhorar sua experiência. O que isso quer dizer? É bem simples: para quem pagar, consequentemente terá maiores facilidades no jogo (uma vantagem enorme), sem necessitar cumprir certas missões. O modo como os cards e classes progridem são convidativos, permitindo personalizar ambos e, caso venham a jogar com um amigo, poderão unir seus personagens com melhorias que vão combinar facilmente.

O modo Galactic Assault sempre foi o foco desde o primeiro título. Apesar de ter um visual estupendo com ricos detalhes, seja na floresta ou em lugares com muita tecnologia envolvida, mesmo que saibamos que este está muito mais robusto em termos de conteúdo do que era o primeiro jogo, Battlefront II até tenta imitar um bom Sandbox com um mapa amplíssimo, mas depois de alguns instantes, isso até enjoa um pouco. Andamos por uma boa parte do mapa (nem sei por quanto tempo) sem que encontrássemos um inimigo sequer, ou seja, frustração é a alma do negócio.
Além dos modos mencionados, fica também à disposição dos jogadores os modos Blast, Heroes Vs. Villains e strike. Os menus são um bocado confusos e lembrarão como está disposto por exemplo o menu de FIFA. É praticamente a mesma coisa e como as bases de informações são divididas e subdivididas.
O VEREDITO
Para quem é um fã que se cega facilmente com qualquer coisa do universo de Star Wars, certamente dirá que Star Wars Battlefront II é perfeito. Infelizmente tenho que discordar. Mesmo que possua um gráfico muito bom e trilha sonora tanto quanto, é na jogabilidade e na narrativa que o título tropeça. Não é ruim, longe disso. Entretanto, há falhas para as quais não podemos fechar os olhos. A campanha é curta demais e deixa o fã com aquela vontade de dar continuidade. Além disso, ainda peca, nos ‘obrigando’ a investir dinheiro em melhorias.

Star Wars Battlefront II foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console Xbox One. O game foi gentilmente cedido pela EA.
Stenlånd Leandro
Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!















































