Filme é inspirado no conto “The Tell-Tale Heart”, escrito por Edgar Allan Poe. Foto: Divulgação / Paris Filmes
Toc Toc Toc: Ecos do Além garante um lugar como filme esquecível
Giovanna Ribeiro
Uma pequena cidade, uma casa antiga e uma família aparentemente comum. O filho do casal, um menino tímido, ouve uma batida misteriosa de dentro das paredes. O que se segue a partir desta descoberta é uma sequência de acontecimentos que reforçam a suspeita do jovem de que seus pais estariam escondendo um terrível segredo. Nessa família envolta em enigmas, caberá à professora do menino intervir e tentar protegê-lo.
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Ao sentar-se na poltrona do cinema, o espectador carrega, via de regra, algumas expectativas iniciais. Baseadas no gênero que o filme ostenta, no cartaz, na sinopse, no elenco ou mesmo no diretor, o ato de ir a uma sala de cinema demanda uma escolha. Ser surpreendido ao ser exposto a um filme que subverte as expectativas iniciais pode ser um presente. Todavia, é preciso deixar claro que este não é o caso de Toc Toc Toc: Ecos do Além, título pessimamente traduzido do original Cobweb.

Além de Antony Starr e Lizzy Caplan, a produção traz ainda Cleopatra Coleman. Foto: Divulgação / Paris Filmes
Falha como adaptação
Toc Toc Toc é o primeiro longa-metragem dirigido por Samuel Bodin. O que encontramos por aqui é uma obra genérica que não atinge, em nenhuma cena, qualquer objetivo. E, portanto, se perde, deixando para o espectador catar pequenos fragmentos que podem ser utilizados para justificar aquela escolha de ter ido à sala de cinema. E é uma tarefa árdua.
Baseado livremente em um conto de Edgar Allan Poe, Toc Toc Toc é opaco. Mas não no sentido sombrio, e sim quando é ineficiente na tarefa de provocar sensações através do medo ou da dúvida, quando está claramente tentando chegar lá. E durante 1h e 28 minutos, ele não chega.

A saber, filme é inspirado no conto “The Tell-Tale Heart”, escrito por Edgar Allan Poe. Foto: Divulgação / Paris Filmes
A grande ameaça do filme, origem de toda a perturbação que ronda a família, falha até em apresentar uma caracterização convincente, tornando-se um exemplo de como tudo aquilo que foi “dado” de forma gratuita ao longo do filme – inclusive de forma a quase questionar a capacidade intelectual do espectador – era fraco mesmo, mas o que foi reservado para os instantes finais era ainda pior.
Um destaque positivo é a presença marcante de Cleopatra Coleman em cena, que chega a destoar de tudo ao redor. Dessa maneira, nem mesmo o protagonismo de Antony Starr (The Boys) é capaz de abrilhantar (ou melhor, aterrorizar) a narrativa.
Toc Toc Toc: Ecos do Além garante um lugar como filme esquecível, carente de uma boa ideia – que é o início de qualquer direção, roteiro ou atuação possível.
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Trailer do filme Toc Toc Toc: Ecos do Além
Ficha Técnica do filme Toc Toc Toc: Ecos do Além
Título original: Cobweb
Direção: Samuel Bodin
Roteiro: Chris Thomas Devlin
Elenco: Lizzy Caplan, Antony Starr, Cleopatra Coleman
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 31 de agosto de 2023
Duração: 88 minutos
País: Estados Unidos da América, Bulgária
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 2023
Classificação: 16 anos
Giovanna Ribeiro
Jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF), cursando especialização em Jornalismo Cultural na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Crítica de Cinema pela Academia Internacional de Cinema (AIC). Acredita na comunicação a partir dos afetos.














































